10 mar, 2023 - 11:09 • Olímpia Mairos
A Arquidiocese de Braga confirma, em comunicado, que recebeu nomes de oito alegados abusadores por parte da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal e que um foi afastado preventivamente.
De acordo com o documento enviado à Renascença, “três dos nomes referenciados correspondem a sacerdotes já falecidos, um dos nomes não corresponde a nenhum sacerdote da Arquidiocese de Braga, nem se encontra nos arquivos da Arquidiocese qualquer referência a seu respeito”.
“A investigação será aprofundada, tendo sido pedida mais informação à Comissão Independente”, acrescenta o comunicado.
A arquidiocese esclarece ainda que “um dos nomes diz respeito a um sacerdote que foi alvo de um processo civil, tendo sido absolvido”.
Já outro nome “corresponde a um sacerdote que foi alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores já concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares em vigor”, indica a arquidiocese, acrescentando que “se se verificar que os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configuram novos factos, será iniciado um novo procedimento canónico”.
“Um outro nome corresponde a um agente pastoral, que por falta de elementos de identificação não foi ainda possível identificar, estando em curso diligências nesse sentido”, adianta o documento.
Por fim, “o último nome diz respeito a um sacerdote que, depois de um diálogo com o Senhor Arcebispo, foi afastado preventivamente do exercício público do ministério sacerdotal”.
A arquidiocese bracarense lembra que “a decisão cautelar de afastar preventivamente o sacerdote em causa não prejudica o princípio da presunção de inocência”.
“Trata-se de aplicar as linhas orientadoras de ação da Igreja em matéria de abusos sexuais de menores, em conformidade com o Vade-mécum sobre procedimentos relativos a casos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos”, esclarece.
O comunicado reafirma o compromisso da arquidiocese bracarense em acolher e escutar as vítimas, tendo sido já disponibilizado um serviço de apoio psicológico e psiquiátrico a quem dele precisar.
“Reafirmamos o nosso compromisso em acolher e escutar as vítimas, tratando todos os casos com critérios inequívocos de transparência e justiça, contribuindo assim para a máxima reparação possível do mal sofrido. Sabemos que pedir perdão não é suficiente. São-nos pedidas ações concretas. Neste sentido, uma equipa de profissionais está disponível para oferecer apoio psicológico, psiquiátrico, jurídico e espiritual a todas as vítimas que solicitem este serviço. Comprometemo-nos com a promoção de uma cultura de cuidado e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para prevenir futuros casos de abuso”, lê-se.
O comunicado termina com um apelo “a todos os que possam ter sido vítimas de qualquer espécie de abuso sexual em alguma paróquia ou instituição da Arquidiocese de Braga, e que ainda não deram voz ao seu silêncio, que contactem a Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis (comissao.menores@arquidiocese-braga.pt ou 913 596 668). Estamos disponíveis para escutar e acolher”.