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Igreja francesa dedica esta sexta-feira à oração pelas vítimas de abuso sexual

17 mar, 2023 - 10:46 • Olímpia Mairos

Iniciativa quer também sensibilizar sobre a necessidade de prevenir e agir para evitar todas as situações pastorais e humanas que possam levar a todas as formas de abuso dos mais frágeis.

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As dioceses francesas celebram esta sexta-feira o Dia Anual de Memória e Oração pelas Vítimas de Abuso Sexual.

A iniciativa, criada pela Conferência Episcopal em março de 2021, integra o calendário litúrgico da terceira sexta-feira da Quaresma e surgiu em resposta ao convite do Papa Francisco que desafiou a Igreja Francesa a viver um dia de oração pelas vítimas de violência sexual e abuso de poder.

Neste contexto, as dioceses e paróquias são convidadas a organizar um ou mais momentos com vista a fazer memória e oração por todas as vítimas.

“Este tempo da Igreja servirá também para sensibilizar sobre a necessidade de prevenir e agir para evitar todas as situações pastorais e humanas que possam levar a todas as formas de abuso dos mais frágeis”, lê-se no site da Conferência Episcopal Francesa.

A nível prático, dioceses, paróquias, grupos pastorais e movimentos eclesiais poderão promover encontros, ações e momentos de oração no período entre 12 e 19 de março de 2023.

De acordo com a agência SIR, a Organização Nacional Independente de Reconhecimento e Reparação (Inirr) apresentou recentemente o seu relatório anual onde constam alegados abusos até março deste ano.

Segundo o documento, 1.186 vítimas entraram em contacto com o Inirr, 404 estão a ser monitorizadas e 190 foram indemnizadas por decisão de um painel formado por 12 voluntários.

Apesar de o valor médio da indemnização rondar os 37 mil euros, 40 vítimas receberam 60 mil euros.

Ainda de acordo com o relatório, 68% das vítimas são homens com mais de 60 anos, agredidos sexualmente quando tinham entre 6 e 15 anos.

O número de alegadas vítimas de abusos por parte de membros da Igreja chocou França, em outubro de 2021. Pelo menos 216 mil menores terão sido abusados no país por padres e outros membros da Igreja católica, entre 1950 e 2020.

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