16 mar, 2023 - 19:54 • Ângela Roque
Cancelada em outubro, devido às condições meteorológicas adversas, a Caminhada pela Vida foi logo nessa altura remarcada para o dia 18 de março. A nova data acaba por coincidir com o novo momento em que o Parlamento vai reapreciar o diploma da eutanásia, depois do veto do Presidente da República e do chumbo do Tribunal Constitucional e em que os partidos que tomaram a iniciativa preparam um novo texto. O tema marcará, por isso, a Caminhada.
“Já percebemos que existe uma certa pressão sobre os prazos do aborto livre e também sobre os médicos. Obviamente, os temas focados na Caminhada serão, como sempre, a defesa da vida, mais concretamente da vida por nascer, o direito à liberdade dos médicos terem objeção de consciência e a vida dos mais frágeis em fim de vida”, diz à Renascença José Maria Seabra Duque.
Para este responsável da Federação Portuguesa pela Vida, “mais do que ser contra, o que a Caminhada pela Vida quer fazer é dar testemunho de que a vida é sempre digna e sempre bela. Por isso, dia 18 sairemos à rua para dizer que a vida, por muito pequena que seja, ainda dentro da barriga da mãe, ou por muito frágil que seja no seu fim, é sempre digna, é sempre bela e merece sempre ser defendida”.
No plano político, a discussão sobre a legislação da eutanásia regressa ao parlamento no dia 31 de março, depois do veto e do chumbo do Tribunal Constitucional. O novo texto está a ser trabalhado pelos quatro partidos - IL, Bloco de Esquerda, PAN e PS - que apresentaram iniciativa sobre a lei da morte medicamente assistida, e deve estar concluído na próxima semana.
Como já aconteceu em edições anteriores, a Caminhada pela Vida foi organizada em 10 cidades: para além de Lisboa e Porto vai decorrer também em Braga, Guarda, Viseu, Aveiro, Évora, Coimbra, Santarém e Funchal. Em Lisboa o itinerário este ano será diferente. “Vamos partir do Largo Camões, às 15h00, e depois iremos até ao Rossio”, revela Seabra Duque, que considera “uma alegria” que a iniciativa aconteça em tantos locais.
A decisão foi tomada esta quarta-feira de manhã na(...)
“É uma caminhada, mas são 10 cidades que se unem. A maneira como a Caminhada pela Vida tem vindo a crescer, é algo que nos alegra muito e é também sinal de que existe um povo que, de facto, está interessado em dar este testemunho”, sublinha ainda, lembrando que o trabalho nesta área não se limita a este momento público.
“As pessoas que fazem a Caminhada pela Vida são aquelas que já no seu dia a dia a defendem nas associações, a defendem politicamente, e a defendem no apoio às famílias. E todas estas pessoas que durante o ano, nas associações e na sua vida privada, dão o seu tempo para ajudar a proteger a vida, neste dia querem sair à rua para dizer às grávidas que atravessam um momento de dificuldade, às famílias que não sabem o que fazer com um bebé que está para vir, e às pessoas que estão doentes em fim de vida, que não estão sozinhos”.
A iniciativa “não é confessional”, mas a Federação Portuguesa pela Vida agradece o incentivo que têm recebido da hierarquia da Igreja, nomeadamente do cardeal Patriarca de Lisboa, mas também “outros bispos foram disponibilizando apoio. O arcebispo de Évora gravou uma mensagem e fez-nos chegar uma carta, e vários outros bispos. Temos recebido todo o apoio. Para nós é um sinal muito positivo”, refere.
A Caminhada pela Vida foi organizada em 10 cidades: para além de Lisboa e Porto vai decorrer também em Braga, Guarda, Viseu, Aveiro, Évora, Coimbra, Santarém e Funchal. Em Lisboa o itinerário este ano será diferente. A Caminhada parte do Largo Camões às 15 horas e segue até ao Rossio.