29 mar, 2023 - 12:45 • Olímpia Mairos
A Diocese de Leiria-Fátima, que está a preparar o plano pastoral para o próximo triénio, quer colocar em prática “um plano geral de formação e prevenção” e adotar “um guia de boas práticas para os agentes pastorais, clérigos e leigos” para prevenir e combater os abusos sexuais.
Em comunicado enviado à Renascença, adianta-se que, no que diz respeito à questão específica que envolve as vítimas de abusos sexuais, a Igreja diocesana deverá procurar formas de ir ao “encontro das vítimas, ter em execução um plano geral de formação e prevenção, e pôr em ação um guia de boas práticas para os agentes pastorais, clérigos e leigos”.
Salienta-se ainda que “todos temos o dever de acolher, com generosidade, os menores e as pessoas vulneráveis e criar para eles um ambiente seguro, atendendo de maneira prioritária aos seus interesses”, lê-se no documento.
Recorde-se que a Diocese de Leiria-Fátima recebeu da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja uma lista de cinco nomes de suspeitos de abuso, três referentes a padres que já faleceram, um nome que ainda não foi identificado, e um leigo que foi dispensado de funções por precaução.
Destacando que o percurso proposto para a diocese assume a atualidade da Igreja e pretende dar uma resposta objetiva através da realização de metas concretas, são apontadas são cinco “linhas de força” que irão definir os próximos três anos: a caminhada sinodal, os jovens, os menores e adultos vulneráveis, a distribuição geográfica da diocese e ainda a celebração do Ano Santo em 2025.
“A título de exemplo, e pegando no processo sinodal em curso, no final deste triénio deverá haver um conjunto de catequistas, leitores e acólitos instituídos a exercer a sua vocação batismal, ter um grupo de candidatos ao diaconado permanente a fazer a sua formação específica e ter a maior parte das paróquias ou unidades pastorais com conselhos pastorais a funcionar”, lê-se no documento.
Outros dos aspetos práticos do plano, tem a ver com a distribuição geográfica das paróquias e vigararias prevendo-se a “reestruturação das vigararias e sua divisão em unidades pastorais com a maximização do trabalho em rede no seu interior e a constituição de comunidades sacerdotais que diminua o isolamento dos sacerdotes e potencie a sua ação pastoral”.
O projeto pastoral para os próximos três anos continua em reflexão e discussão nas diversas instâncias da diocese e prevê-se que D. José Ornelas publique uma carta pastoral que sistematize estas ideias e sirva de documento orientador para a Igreja local para os próximos três anos.