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​JMJ 2023. “Os bispos têm que dizer o que querem dos jovens”

02 abr, 2023 - 10:04 • Henrique Cunha

O coordenador do Comité Organizador Diocesano de Coimbra afirma que "a Jornada Mundial da Juventude é uma experiência muito forte que pode transformar muito a Igreja portuguesa"

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Hugo Monteiro, do Comité Organizador Diocesano (COD) de Coimbra da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) diz à Renascença que “está na altura da Igreja se aproximar e dizer o que quer dos jovens".

O coordenador do COD de Coimbra afirma que "a Jornada Mundial da Juventude é uma experiência muito forte que pode transformar muito a Igreja portuguesa", mas alerta para a necessidade de os "bispos darem a sua palavra e dizerem o que é que querem dos jovens".

Por isso, Hugo Monteiro afirma que “logo após a Jornada é preciso uma resposta muito afirmativa, e muito ao encontro do outro, muito ao encontro dos jovens”, sugerindo que “está na altura da Igreja se aproximar e não ficar só à espera que venham ter consigo”.

”A JMJ obriga-nos muito a isso acontecer. E esta obrigação deve servir também para logo após a Jornada percebermos a importância que foi esta etapa para Portugal, para a Igreja portuguesa e para os jovens”, sublinha o responsável.

Nestas declarações à Renascença no dia em que os símbolos da JMJ chegam a Coimbra depois de terem percorrido no mês de março a Diocese de Aveiro, Hugo Monteiro garante que a Diocese de Coimbra "está a preparar um mês de grande entusiasmo à volta dos símbolos que trazem esperança e são sinal de fé e proximidade". E formula o desejo de “que a Diocese de Coimbra perceba muito bem este sentido”.

Hugo Monteiro acredita que, “com o passar do tempo, as inscrições para a Jornada vão aumentar”, porque é “uma bênção para Portugal” poder organizar este evento.

O coordenador do Comité Organizador Diocesano de Coimbra desvaloriza a polémica sobre os abusos na Igreja e a sua influência na participação dos jovens no encontro marcado para o início de agosto.

“Não acredito que na parte do jovem esta questão dos abusos possa interferir na decisão para saber se vou ou não vou, porque quem faz este convite é Jesus Cristo”, assegura.

O jovem diz que “com o passar das semanas as inscrições vão aumentar” e acredita que a presença dos jovens portugueses na JMJ vai ser “muito positiva”.

Os símbolos da JMJ - a Cruz peregrina e o Ícone de Nossa Senhora” - chegam na tarde deste domingo a Coimbra depois de terem percorrido a Diocese de Aveiro.

“Abriu-se um tempo novo e despertou uma Primavera”

Em Aveiro, o Comité Organizador Diocesano da JMJ afirma que a presença dos símbolos na diocese abriu um tempo novo e despertou uma Primavera na Igreja de Aveiro.

Pedro Carvalho, do Comité Organizador Diocesano, faz um balanço positivo da presença dos símbolos na região e afirma que os jovens de Aveiro foram “ousados e aventureiros sem medo de arriscar”.

“Em primeiro lugar, percebemos que Aveiro esteve em festa e vivemos esta odisseia diocesana com muita intensidade, com muita alegria e vivemos cada segundo das 710 horas dos símbolos em Aveiro, como se fosse o último”, adianta Pedro Carvalho.

De acordo com o coordenador do COD de Aveiro, “estes dias despertaram profundas reflexões sobre os tempos que vivemos em Igreja e que espaço os jovens podem ocupar no anúncio do Evangelho e também pensamos que abrimos um tempo novo e despertámos uma Primavera na Igreja de Aveiro”.

Pedro Carvalho adianta que os jovens “não tiveram medo de arriscar e ambicionaram antecipar o futuro com a poesia e criatividade que em cada em cada dia eles comunicaram com as periferias”.

“Estiveram com a comunidade cigana com os doentes na prisão, nos centros de acolhimento de menores, estiveram com pessoas portadoras de deficiência e também em muitas comunidades desfavorecidas”, acrescenta.

Pedro Carvalho revela, por outro lado, que os jovens “celebraram a natureza e mostraram a importância de cuidar da Casa Comum e plantaram o futuro com a criação do Parque Verde da JMJ, na plantação de 1000 anos autóctones”.

“Viajamos entre nenúfares e patos na maior lagoa natural da Península Ibérica, que é a Pateira de Fermentelos. Celebramos uma eucaristia nas vinhas do Bairrada, andamos na serra com chuva, navegamos de moliceiro na Ria de Aveiro, mostrámos o mar com os pescadores da Costa Nova do Prado e derrubamos muitas dificuldades e do alto do Farol de Aveiro quisemos também ver o horizonte. Portanto, resumindo, nós não temos a mínima dúvida que os jovens de Aveiro proclamaram a Igreja de saída”, reforça.

De acordo com Pedro Carvalho, os jovens “saíram à rua e foram irreverentes, não tiveram medo de ir aos locais de diversão noturna, aos pavilhões e campos onde fazem desporto, às bandas filarmónicas, aos parques urbanos, às próprias escolas onde andam”. “Andaram com os símbolos nas ruas das suas paróquias; numa palavra, eles levantaram-se apressadamente e disseram que sim, a esta Peregrinação”, remata.

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