08 abr, 2023 - 20:57 • Aura Miguel
A força da Páscoa “derruba as pedras da desilusão e amargura, do pecado e do medo que constituem os nossos túmulos”, disse esta noite de sábado o Papa na homilia da Vigília pascal.
“Às vezes notamos o peso de levar por diante a vida quotidiana, cansados de arriscar pessoalmente contra uma espécie de muro de borracha de um mundo onde parecem prevalecer sempre as leis do mais astuto e do mais forte”, disse Francisco. “Outras vezes sentimo-nos impotentes e desanimados perante o poder do mal, os conflitos que dilaceram as relações, as lógicas feitas de cálculo e indiferença que parecem governar a sociedade, o cancro da corrupção, a propagação da injustiça, os ventos gélidos da guerra”.
A consequência destas e de outras situações é cairmos “vítimas da desilusão que seca a fonte da esperança” e os nossos caminhos detêm-se diante dos “túmulos selados das nossas desilusões, amarguras e desconfiança, os túmulos do «não há mais nada a fazer», «as coisas nunca vão mudar», «melhor gozar o dia a dia» porque «do amanhã não estamos seguros»”, alertou.
E "ficamos imóveis a chorar e lamentar- nos, repetindo, sozinhos e impotentes, os nossos «porquês»”, realçou, também
A Páscoa do Senhor, pelo contrário, “impele-nos a seguir em frente, a sair da sensação de derrota, rolar a pedra dos sepulcros onde muitas vezes encerramos a esperança, a olhar o futuro com confiança, porque Cristo ressuscitou e mudou a direção da história”, esclareceu o Santo Padre.
Mas para o conseguir, há, no entanto, uma condição: “precisamos sempre de voltar, não a um Jesus abstrato, ideal, mas à memória viva, concreta e palpitante do primeiro encontro com Ele”. Ou seja, “para caminhar devemos recordar; para ter esperança devemos nutrir a memória. Este é o convite: recorda e caminha!”
Nesta celebração presidida pelo Papa Francisco, na basílica de São Pedro, foram baptizados oito catecúmenos provenientes da Nigéria, de Itália, da Venezuela, dois dos Estados Unidos da América e três da Albania.