17 abr, 2023 - 16:43 • Ângela Roque
A tensão social está a "aumentar" e é preciso “ousadia, coragem e rasgo” nas medidas, defendeu esta segunda-feira o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, na abertura da assembleia plenária, em Fátima.
D. José Ornelas falou da guerra na Ucrânia como “uma das maiores preocupações do momento”, com consequências devastadoras ao nível das perdas humanas e da economia mundial, com claros reflexos em Portugal.
“Também no nosso país sentimos os efeitos desta crise que se adensa sobre a vida de uma grande parte de famílias e se reflete na dificuldade de acesso aos meios elementares de vida, como a alimentação, a habitação e a saúde, para além de aumentar a tensão social”, referiu o presidente da CEP.
Na abertura dos trabalhos, D. José Ornelas sublinh(...)
D. José Ornelas considera que “são de louvar todos os esforços que vão ao encontro dos mais frágeis, tanto por parte do Governo, como de entidades públicas e privadas, entre os quais muitas paróquias e outras instituições da Igreja”.
Para o bispo de Leiria-Fátima, é importante que se ajude no imediato quem precisa, mas são precisas medidas mais estruturais.
“A ajuda de emergência é fundamental e a Igreja sabe bem disso, mas é preciso ousadia, coragem e rasgo para equacionar soluções de médio e longo prazo, que mitiguem a vulnerabilidade e a exposição a fatores conjunturais que penalizam sempre os mais pobres”, afirmou ainda, sublinhando a disponibilidade da Igreja para ajudar.
D. José Ornelas referiu-se também à eleição dos novos responsáveis da CEP, que vai decorrer nesta assembleia plenária, sublinhando que não existem “listas de candidatos, pois não é esse o espírito, nem a tradição”, que as eleições são “sempre livres” e que se espera que “os escolhidos aceitem os cargos para que forem eleitos”.
Neste encontro, em Fátima, os bispos vão, ainda, analisar os preparativos da Jornada Mundial da Juventude, que “está na fase final e determinante de preparação e afirmação”, considerando que “ainda há muito trabalho a fazer e soluções a procurar e ajustar”, mas que “o surgir de polémicas e discrepâncias de pontos de vista deve conduzir à melhoria dos projetos em curso”.