26 abr, 2023 - 13:01 • Joana Azevedo Viana
O Papa Francisco vai dar a mulheres direito de voto no Sínodo dos Bispos, um passo sem precedentes que reflete a sua esperança de envolver mulheres e leigos no processo de tomada de decisões sobre a Igreja Católica.
A notícia foi avançada esta quarta-feira pela Associated Press, que adianta que as alterações hoje anunciadas serão aplicadas já no próximo Sínodo dos Bispos, que vai decorrer em duas partes, a primeira de 4 a 29 de outubro deste ano, e a segunda em outubro de 2024.
Entre as modificações citadas pela AP conta-se a atribuição do direito ao voto a cinco irmãs religiosas, que vão juntar-se a cinco padres como representantes das ordens religiosas no encontro.
Para além disso, Francisco decidiu nomear 70 não-bispos para o Sínodo, pedindo que metade sejam mulheres. Todos terão também direito de voto.
No final de cada Sínodo dos Bispos, em que a hierarquia eclesiástica se reúne em Roma para debater assuntos relevantes para a vida da Igreja, os bispos votam propostas específicas e apresentam-nas ao Papa, que depois produz um documento final tendo em consideração as suas posições.
Em 2021, Francisco já tinha dado um primeiro passo no sentido de integrar mais mulheres na Igreja, nomeando a freira francesa Nathalie Becquart para o cargo de subsecretária do Sínodo dos Bispos, igualmente com direito de voto.