03 mai, 2023 - 18:52 • Tomás Anjinho Chagas
“Nós precisamos muito da vossa ajuda. Precisamos de ajuda material, de dinheiro”, pediu esta quarta-feira o presidente da Fundação JMJ, D. Américo Aguiar, diante de cerca de três dezenas de empresários cristãos.
Durante um almoço organizado pela ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) na Igreja de São Nicolau, em Lisboa, o Bispo Auxiliar de Lisboa referiu que precisaria de 20 milhões de euros em donativos para “dormir sossegado” em relação à organização do evento.
Até agora, adiantou, a Fundação responsável pela orgnaização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa já recebeu entre sete e oito milhões de euros em contribuições voluntárias (de empresas e famílias que não revelou), mas é preciso mais dinheiro.
D. Américo Aguiar diz que “para não pedir mais nada a ninguém, se eu tivesse 20 milhões dormia sossegado”, numa resposta em tom descontraído a uma pergunta de um empresário presente no almoço.
Em contrarrelógio, no dia em que ficam a faltar três meses para o arranque da JMJ, o presidente da Fundação JMJ foi almoçar com gestores e empresários precisamente para pedir financiamento.
“Quando chega aos noventa dias é que a coisa começa a apertar”, admite D. Américo Aguiar, que garante, no entanto, que “ainda estamos dentro daquilo que está programado” e que tudo ainda está “dentro dos timings”.
Questionado pela Renascença sobre se 20 milhões de euros é o valor total necessário para evitar problemas financeiros com o evento, o Bispo Auxiliar de Lisboa responde que esse “é um valor referência” e vinca que qualquer superavit – leia-se: tudo o que não for gasto do total de donativos - “será devolvido para atividades de jovens em Lisboa e Loures”.
“Nem falta, nem sobram. É sempre a perspetiva do copo meio cheio ou meio vazio”, começa por desvalorizar D. Américo Aguiar questionado sobre a notícia do jornal "Público", que relata um défice de um terço de voluntários necessários.
No entanto, o Presidente da Fundação JMJ assume que existe um valor referência de 30 mil voluntários que são necessários para o evento e admite que “se tivermos menos, as equipas são mais pequenas”.
Dom Américo sublinha o “lado positivo” que é o número de voluntários já inscritos, mas admite que quer mais: “Gostaríamos de ter mais, é por isso que temos feito um trabalho de divulgação para provocar os jovens a aderir”, afirma à Renascença.
Na última viagem que fez, à Hungria, o Papa Francisco disse no avião papal que mantém a intenção de marcar presença na JMJ em agosto deste ano: “Sim, eu vou, eu vou, por enquanto a viagem não está cancelada”,respondeu o Papa à jornalista da Renascença Aura Miguel.
O Bispo Auxiliar de Lisboa está ainda mais confiante: "Não tenho dúvida nenhuma, desde o início. Desde este último encontro com o Papa ele está cada vez mais jovem e animado", considera o presidente da Fundação JMJ.
Durante o voo, o Papa Francisco falou ainda de uma surpresa que Dom Américo Aguiar relacionada com a guerra na Ucrânia. O próprio, questionado pela Renascença, mantém o mistério: "Como disse, é uma surpresa. E vai continuar sem saber", secou o presidente da Fundação JMJ.