29 mai, 2023 - 09:39 • Olímpia Mairos
O Grupo VITA - Grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal - recebeu 16 pedidos de ajuda por parte de vítimas de violência sexual durante a primeira semana de atendimento, uma média aproximada de três situações por dia.
Em comunicado, assinado pela coordenadora Rute Agulhas, o grupo indica que “de todos os contactos efetuados, apuraram-se 16 situações que estão já em fase de agendamento para atendimento presencial ou ‘online’, com vista à recolha de informação adicional e posterior encaminhamento e sinalização para as autoridades judiciais e autoridades canónicas”.
O grupo entende “o contacto por parte de todas estas pessoas como um sinal claro de confiança em toda a equipa, independente e constituída apenas por especialistas na área da violência sexual” e reconhece “a dificuldade e a exigência que esta iniciativa representa para cada vítima e sentimo-nos gratos pela confiança que depositaram em nós.
“Sublinhamos também que não temos forma de contactar as pessoas que já anteriormente partilharam as suas vivências. Por isso, apelamos a que nos contactem para que possamos ajudar da melhor forma”, lê-se no documento.
A par da linha telefónica, o grupo disponibiliza também um site, que visa: a curto prazo, ser um canal alternativo para a sinalização de situações de violência sexual, e disponibilizar informação sobre o tema”, pretendendo assumir-se como um banco de recursos público e disponível para a comunidade em geral, que será atualizado ao longo do tempo.
"Novos balanços do funcionamento do Grupo VITA serão feitos oportunamente", indica o comunicado, estando já marcada a apresentação do primeiro relatório de atividades para o dia 12 de dezembro de 2023.
O Grupo VITA foi criado em abril de 2023, no âmbito da Conferência Episcopal Portuguesa, mas é um grupo isento, autónomo e independente, que visa acolher, escutar, acompanhar e prevenir as situações de violência sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, numa lógica de intervenção sistémica.