29 jun, 2023 - 09:13 • Henrique Cunha
Papa Francisco diz que “também hoje a Igreja tem necessidade de colocar o anúncio no centro”. Na homilia da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, esta manhã na Basílica de São Pedro em Roma, o Papa falou de “uma Igreja que precisa de anunciar, como necessita de oxigénio para respirar, que não pode viver sem transmitir o abraço do amor de Deus”. Francisco defendeu “uma Igreja humilde que nunca dá por terminada a busca do Senhor, tornando-se simultaneamente uma Igreja aberta que encontra a sua alegria, não nas coisas do mundo, mas no anúncio do Evangelho ao mundo”.
O Papa pediu atenção para quem “está mais longe e muitas vezes olha com desconfiança ou indiferença” para a Igreja. Francisco diz que é preciso “levar o Senhor Jesus a todo o lado: à sociedade civil, à política, ao mundo inteiro, especialmente onde se verifica pobreza degradação e marginalização”.
Francisco referiu-se a Pedro e Paulo como sendo “dois Apóstolos enamorados do Senhor, duas colunas da fé da Igreja” e advertiu para o perigo de encontrarmos desculpas para adiar “o seguimento de Jesus”.
O Papa diz que “nisto não se pode hesitar, nem apresentar desculpas”, pois “algumas desculpas aparecem disfarçadas de espiritualidade, como quando se diz «não sou digno, não sou capaz». “Trata-se de artimanhas do diabo, que nos rouba a confiança na graça de Deus, fazendo-nos crer que tudo depende das nossas capacidades”, advertiu.
Francisco lembrou São Paulo como “o Apóstolo do anúncio” e São Pedro como o Apóstolo do “seguimento” e defendeu a necessidade de a Igreja “se desprender das seguranças terrenas” porque “só assim será capaz de dialogar com todos e tornar-se lugar de acompanhamento, proximidade e esperança para as mulheres e os homens do nosso tempo”.
Neste dia, em que “alguns nossos irmãos Arcebispos recebem o Pálio, sinal de comunhão com a Igreja de Roma”, o Papa pediu: “Sede Apóstolos como Pedro e Paulo, sede discípulos no seguimento e Apóstolos no anúncio”.
A celebração da Solenidade de Pedro e Paulo assinalou a entrega do pálio, insígnia litúrgica de honra e jurisdição, a 32 arcebispos de vários países, entre eles três de arquidioceses do Brasil (Olinda e Recife, Montes Claros, Teresina) e um de Moçambique (Maputo).