03 jul, 2023 - 12:11 • Henrique Cunha
O Papa lembrou esta segunda-feira que existem "milhões de pessoas que continuam a padecer de miséria e desnutrição no mundo, devido aos conflitos armados, bem com às alterações climáticas e aos desastres naturais". Francisco aludiu aos "deslocamentos em massa, somados aos demais efeitos da conjuntura política, económica e militares à escala planetária, que enfraquecem os esforços que são feitos para garantir uma melhoria das condições de vida das pessoas em razão de sua dignidade intrínseca".
Na sua mensagem dirigida à 34.º conferência da Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que decorre em Roma até dia 7 de julho, o Papa defende que “vale a pena repetir sem cessar que a pobreza, as desigualdades, a falta de acesso a recursos básicos como a alimentação, a água potável, a saúde, a educação, a casa, são uma grave afronta à dignidade humana”.
Francisco assinala que “muitos especialistas afirmam que a meta da Fome Zero não será alcançada dentro do prazo estabelecido pela Comunidade Internacional”, e adverte para a necessidade de não se abandonar o rumo traçado e “ir ao encontro do clamor das pessoas e das suas comunidades”.
“Não pode haver espaço para conflito ou oposição, quando os enormes desafios atualmente exigem uma abordagem holística e multilateral”, lembrou. O Papa diz que “a FAO e outras organizações internacionais só poderão cumprir seu mandato e coordenar medidas preventivas e incisivas em benefício de todos, especialmente dos mais pobres, graças a uma sinergia leal e atenciosa de forma consensual e ponderada por todas as partes interessadas”.
“Os governos, empresas, academia, instituições internacionais, sociedade civil e indivíduos devem fazer um esforço conjunto, deixando de lado a lógica mesquinha e as visões tendenciosa, para que todos beneficiem e ninguém fique para trás”, reforça.
Francisco termina a sua mensagem com a garantia de que “a Santa Sé continuará a oferecer a sua contribuição em favor do bem comum, através da sua experiência e do trabalho das instituições ligadas à Igreja Católica para que ninguém no mundo seja privada do pão de cada dia”.