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Um salário que não dura todo o mês. Cáritas denuncia “crise social quase permanente desde a pandemia”

04 jul, 2023 - 19:08 • Liliana Carona

Arrancou, esta terça-feira, a nova campanha "Doar Com Certeza", iniciativa da Cáritas Portuguesa, no âmbito do programa "Vamos Inverter a Curva da Pobreza" que desde abril de 2020 já apoiou mais de 30 mil pessoas. A ajuda continua a ser necessária, cada vez mais.

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Cáritas faz balanço e apelo

Foram mais de 30 mil pessoas a beneficiar da ajuda da Cáritas em Portugal, desde abril de 2020, no âmbito do programa "Vamos Inverter a Curva da Pobreza". 70% são mulheres, em idade ativa.

No que diz respeito a nacionalidades, 61% são portugueses, 37% demais países e 2% ucranianos.

Entre os principais motivos para procurar ajuda estão: 47% desemprego; 20% emprego com salário insuficiente; 9% reforma insuficiente; 6% baixa médica.

João Pereira, secretário-geral da Cáritas traça o perfil de quem precisa de apoio: “O perfil de quem nos procura são mulheres, essencialmente em idade ativa, a maioria dos beneficiários são nacionais, mas há um grande grupo de migrantes, sendo que a segunda nacionalidade, são os brasileiros”, descreve, sublinhando que ter salário deixou de evitar a pobreza.

“Assistimos a pessoas que têm rendimento, mas que não conseguem chegar ao fim do mês. Apenas com donativos de particulares e empresas, já apoiámos em 787 mil euros”, destaca o secretário-geral da Cáritas, recordando que o programa ‘Vamos Inverter a Curva da Pobreza’, que surgiu na altura da pandemia, foi “um programa muito rápido que a Cáritas teve de montar, a Cáritas não podia fechar”, recorda, elencando os números.

“Abrangemos 31.179 pessoas apoiadas em todo o território, ilhas incluídas. Despesas de rendas, água, gás - 7.600 pessoas - e ao nível de vales para alimentos e outros bens - 23.500 pessoas”, afirma João Pereira, acrescentando sentir que “os recursos estão a diminuir e as pessoas estão com mais dificuldade, por isso lançamos esta campanha. O nosso objetivo hoje é divulgar esta campanha, através dos meios de comunicação disponíveis”, refere.

“Situação está muito longe de conhecer dias melhores”

E sem rendimento suficiente para responder às contas para pagar, surge a nova campanha ‘Doar Com Certeza’ e o apelo de Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa.

“Chegamos a esta altura do ano e sentimos que a situação está muito longe de conhecer dias melhores, temos uma situação de crise social quase permanente desde a pandemia. Uma crise aparece de novo, crises somadas com responsabilidades permanentes", explica.

"A Cáritas portuguesa precisa que haja uma atenção especial e que as pessoas possam doar o que puderem. O que aprendemos, neste tempo, é que não sabemos se vamos ser chamados a outra crise”, diz, em jeito de alerta.

Sobre as comunidades migrantes, Rita Valadas observa que o “movimento não é consistente, não sabemos quem fica e quem parte, mas já temos grupos que querem ficar”.

Para ajudar: Apoiar a campanha “Doar Com Certeza”

IBAN: PT50 0045 9020 4033 2492 5070 6

MBWAY: 910 66 11 33

Entidade: 77777 e Referência: 777 777 777

Cáritas de Viseu envolvida em projeto pioneiro internacional

Viseu foi a cidade escolhida para anunciar a nova campanha da Cáritas ‘Doar Com Certeza’ e na apresentação da iniciativa, Felisberto Figueiredo, presidente da Cáritas diocesana de Viseu, revelou outra parceria, no âmbito de uma nova política de integração europeia dirigida à comunidade cigana.

“É um programa para integrar a comunidade cigana, usar as nossas boas práticas e perceber a realidade europeia”, desvenda Felisberto Figueiredo.

“A Eslováquia, com a construção das próprias habitações pelas comunidades ciganas, através do microcrédito, com o apoio de doadores, é um processo de aprendizagem. Somos muito queridos para a Cáritas Europa e a Cáritas de Viseu foi escolhida pela Cáritas portuguesa para um projeto internacional, especialmente dedicado à comunidade cigana, onde estamos a fazer uma parceria com a Eslováquia e a Bélgica”, explicou.

A Cáritas diocesana de Viseu regista 300 atendimentos mensais, no que diz respeito aos pedidos de ajuda, procurando dar sempre resposta em colaboração com Segurança Social, autarquias e juntas.

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