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JMJ Lisboa. Campo de Ourique vai acolher quatro mil jovens

18 jul, 2023 - 15:56 • Ângela Roque

Ao todo virão à JMJ pelo Movimento Juvenil Salesiano 8 mil peregrinos, a maioria de Itália. Bairro lisboeta vai acolher metade, entre o colégio dos Salesianos, as escolas públicas e outras instituições da zona. Paróquia de Santo Condestável está a pedir ajuda com bens alimentares, para que nada falte aos peregrinos na semana da Jornada.

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Só o Movimento Juvenil Salesiano vai trazer 8 mil jovens peregrinos à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa. Virão de diversos países para ser acolhidos nos colégios salesianos na área da grande Lisboa, mas só no bairro de Campo de Ourique, no interior da cidade, ficarão 4 mil, avançou à Renascença o padre Luis Almeida, da paróquia de Santo Condestável e de Nossa Senhora Auxiliadora (Prazeres).

“Ao todo são cerca de 8000 que vão estar distribuídos entre as casas dos salesianos e das salesianas do Estoril, Cascais, Setúbal e aqui em Lisboa, nesta nossa zona que é bastante central. Acolheremos 4000 peregrinos. Virão sobretudo da Itália, bastantes, mas também de outros países, desde a Polónia ao Paquistão, ou à Serra Leoa, vários países onde estamos presentes”, explica.

Em Campo de Ourique vão ficar alojados no colégio Salesianos de Lisboa, mas também em escolas públicas e outras instituições da zona. “Vamos ter jovens na Escola Manuel da Maia, na de Santo Condestável, na Ressano Garcia, e na Josefa de Óbidos – que são todas escolas públicas. E também na Associação de Apoio ao Ensino dos Cegos, e na escola do Instituto Imaculada Conceição, que é no CACO - Clube Atlético de Campo de Ourique”. E há, ainda, 40 famílias que vão receber peregrinos.

A Paróquia de Santo Condestável lançou, entretanto, um apelo nas redes sociais, para que todos possam contribuir com alimentos e bens, para que nada falte aos peregrinos durante a semana da Jornada. “Pedimos às pessoas que nos ajudem, seja para os pequenos almoços - que, como como alojamento, também vamos garantir -, seja para que quando voltarem nestes dias que são sempre cansativos, terem um reforço alimentar”. E as pessoas, diz, “estão a acolher este apelo e a participar”.

“Há quem já esteja a fazer bolachas para os peregrinos, e vão fazer bolos todos os dias para trazer, vão colaborando. É uma forma de as pessoas se sentirem envolvidas, sentirem-se parte das Jornadas”.

Durante a semana contam “ter catequeses na paróquia”, e as pessoas “estão a mobilizar-se para estar à saída a distribuir águas e algumas coisas. Vai ser uma das formas muito concretas de colaboração das pessoas de Campo de Ourique”.

Sublinhando a capacidade de mobilização dos jovens, nos vários comités coordenadores paroquiais, Luis Almeida acredita que a Jornada será uma oportunidade de renovação para a Igreja.

Jovens “estão na linha da frente. Isso não acabará com a JMJ”

Responsável pelas paróquias de Santo Condestável e Nossa Senhora Auxiliadora – a igreja dos Salesianos de Lisboa, antigas Oficinas de São José - o padre Luis Almeida tem coordenado a Pastoral da Congregação. A partir de Setembro será o novo diretor do colégio de Manique, cargo que irá assumir juntamente com a paróquia de Alcabideche.

A experiência em Lisboa, e em particular estes anos de preparação da JMJ, no Comité Organizador Paroquial, levam-no a dizer que estamos num momento especial “para a igreja em Portugal e para a Igreja de Lisboa”, um momento “de renovação espiritual, de rejuvenescimento da fé”, porque “são os próprios jovens que estão verdadeiramente envolvidos na organização, são eles os grandes protagonistas de todo este acolhimento. Por isso será um momento de grande rejuvenescimento, seja espiritual, na fé, para cada pessoa, seja de rejuvenescimento material das paróquias, que é uma coisa muito necessária e muito bonita”, sublinha.

“Os jovens que muitas vezes vêm à paróquia, veem que são os mais velhos a fazer isto e aquilo, e neste momento são eles que estão a fazer: são eles que estão a coordenar as equipas de acolhimento, todos os nossos chefes de equipa e chefes de voluntários são jovens. Isso não acabará com a JMJ”, assegura.

“É de certeza uma mudança epocal na Igreja em Portugal, em Lisboa, e nestas comunidades em que sirvo, este maior protagonismo e maior presença dos jovens na linha da frente da vida da comunidade. Será o grande fruto desta Jornada Mundial da Juventude, estou plenamente convencido disso, sublinha ainda.

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