21 jul, 2023 - 08:29 • Olímpia Mairos
Os peregrinos estrangeiros da JMJ só chegam a Chaves no dia 26 de junho, mas em Chaves, na Paróquia de Santa Maria Maior, por estes dias, já não há mãos a medir. O trabalho faz-se com gosto e grande entusiamo, porque o lema “é tudo fazer para bem acolher”.
“Vamos ter vários momentos com os 48 peregrinos de Liguria, Itália. Mas aquilo que posso destacar é o que o Papa Francisco nos tem pedido, que é não esquecermos os mais velhos, lembrarmos as nossas raízes, para fortificarmos o futuro e para que dele apareçam os frutos fortes”, conta Ana Luísa Moreira à Renascença.
Depois do acolhimento inicial, os peregrinos serão distribuídos pelas famílias e no dia dedicado à paróquia vão construir vivências com os jovens e os mais velhos de duas instituições da cidade - a Santa Casa da Misericórdia e a Casa Santa Marta.
Ana Luísa explica que vão “receber os peregrinos e levá-los a duas instituições da cidade que tão bem nos acolheram, aquando da passagem dos símbolos, e agora também se fizeram presentes nesta nossa iniciativa. Vamos visitar os mais velhos, vamos conviver com eles, vamos ouvir as suas histórias e, claro, pedir-lhes para rezarem por nós, pela jornada e pelo Papa Francisco, para que tudo corra bem em Lisboa”.
Os jovens da paróquia estão a encarar esta iniciativa “com muito entusiasmo, com muita vontade de receber, com muita expectativa para perceberem o que é este intercâmbio cultural, e com muita expectativa, também, para perceberem o que é que vão viver em Lisboa. Estão muito, muito entusiasmados”, diz.
E nem a barreira linguística parece assustar ou diminuir o entusiasmo.
“Eu quero acreditar, e aquilo que tenho ouvido ao longo destes meses, aquilo que me dizem sempre é que não precisamos de saber a língua do outro para sabermos comunicar, basta a comunicação do coração e do bem acolher”.
“Portanto, vamos acreditar que essa vontade de tão bem receber vai superar a barreira da língua, mas claro que vamos tentando aprender algumas palavras-chave em italiano e depois vamos tentar socorrer-nos das várias plataformas que existem para conseguirmos comunicar”, remata.
O dia na paróquia começa com o “Despertar o coração”, nos jardins do Castelo, segue-se a “Descoberta da vida nas ruínas”, com visitas a vários monumentos históricos, a “Visita aos avós”, e a “Petiscada à sombra”, que é o almoço na Casa Santa Marta.
A tarde inicia com Geração ao(s) Monte(s), convívio e intercâmbio com idosos, segue-se eucaristia, na Igreja Matriz de Chaves, culminando o dia com “5 pães e 2 peixes” e um momento musical, na Praça Camões.
Também a paróquia de Soutelo, uma aldeia do concelho de Chaves, se prepara para acolher 18 jovens de Amiens, em França.
“Aqui, os peregrinos “vão ter a oportunidade de ver a vida da aldeia, conhecer um bocadinho das tradições”, conta à Renascença, Claúdia Carvalho.
E, no que toca a tradições, “vão conhecer as mantas tradicionais, cozer pão caseiro e umas bolas carne, vão fazer, também, algo pela ‘casa comum’, plantar umas flores para embelezar o largo do Senhor da Saúde e, no final, vamos terminar com o arraialzinho da aldeia, típico da aldeia”, desenvolve.
Eis o programa em pormenor, a vivenciar em Soutelo: “Liga o WIFI a Deus, na Igreja Paroquial de Soutelo”, “Calçadas de um Povo”, “Cuidar da Comum”, “Sopinha de Letras na Escola Primária”, “Com as Mãos na Massa”, “Viagem à pré-história”, “Gestos de Amor” e “Arraial de Sabores”.
Os habitantes da aldeia estão ansiosos e já contam os dias para a chegada dos peregrinos.
“Estão muito entusiasmados à espera deles, dos peregrinos. Em Soutelo há muitos imigrantes franceses que já voltaram para o seu país, e que falam francês, e então isso é uma mais-valia”, conclui.
Todos os peregrinos vão ter oportunidade de viver também o dia diocesano e arciprestal e um dia inteiro com as famílias.