Patriarcado de Lisboa despede-se de D. Américo Aguiar

O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, afirmou, esta quarta-feira, na celebração da dedicação da Sé de Lisboa, que o nome do cardeal D. Américo Aguiar “fica para sempre presente ligado a um dos momentos históricos mais marcantes da diocese”, a Jornada Mundial da Juventude.

Na homilia, D. Rui Valério deixou uma mensagem de agradecimento “pela dádiva do ministério presbiteral e episcopal” do bispo eleito de Setúbal, frisando que o seu legado ficará para sempre “no coração do Patriarcado”. D. Américo Aguiar toma posse da Diocese de Setúbal esta quinta-feira, dia 26, depois de quatro anos como bispo auxiliar de Lisboa.

Depois de ter recebido das mãos de D. Rui Valério uma imagem de Nossa Senhora da Graça, padroeira de Setúbal, D. Américo Aguiar recordou, em declarações à Renascença, o seu percurso no Patriarcado de Lisboa, primeiro como padre e depois como bispo. “O que levo acima de tudo é muita gratidão, homenagem e bênção a tantas pessoas, a tantas instituições que me permitiram ser melhor pastor”, frisou.

Habitação, "um dos mais dramáticos problemas"

Ainda na homilia, D. Rui Valério não esqueceu todos os que têm dificuldade em ter uma casa, dizendo que a crise da habitação é “um dos mais dramáticos problemas enfrentados pela cidade e pela sociedade em geral, particularmente pelos mais pobres e pelos jovens”.

O Patriarca dirigiu-se, também, ao clero de Lisboa, afirmando que “urge passar de saber fazer para o saber ser”. “Apreendamos esta mensagem que irradia da nossa catedral”, disse. “Em Cristo nós não apresentamos apenas a nossa oferta. Somos nós próprios a oferta que fazemos.”

Na Sé de Lisboa, D. Rui Valério sublinhou, ainda, que na atual sociedade “cada pessoa é transformada em mero consumidor”, “em potencial adquirente de bens”. “Nós propomos a possibilidade de encarar a dimensão espiritual de cada ser humano, através da qual dirige a Deus as próprias dúvidas e interrogações”.