10 nov, 2023 - 07:00 • Liliana Carona
Longe vão os tempos em que o Seminário da Guarda tinha 40 seminaristas. Hoje são apenas quatro. Paulo Figueiró, de 46 anos, agora reitor do seminário da Guarda, é também um antigo seminarista.
“Quando cá andei, éramos 40, entrei em 1992, com 15 anos e estive aqui nove anos a estudar. Tenho muito boas recordações, tantas amizades, um percurso de descoberta e consolidação da minha vocação, era uma família. Lembro-me de um jogo de futebol, no dia de S. Tomás de Aquino, que é o dia 28 de janeiro, padroeiro dos filósofos e teólogos, e jogámos de calções num campo cheio de neve, foi muito divertido e ninguém se constipou”, sorri ao recordar.
“Então esta é a tua segunda casa, mas também não abuses”, comenta, divertida, Filipa Teixeira, 25 anos, vendo aproximar-se a amiga Sara Lopes, 24 anos, que também se inscreveu na iniciativa "1 Dia no Seminário".
A estudante Joana Pereira, de 17 anos, junta-se ao grupo, depois de ter participado na Jornada Mundial da Juventude e de ter sentido um ambiente confortável. “Foi um exemplo, achei que esta atividade nos une a todos”, explica, justificando porque se inscreveu.
Sara, Filipa e Joana são três jovens que se inscreveram para participar no dia aberto do Seminário da Guarda. Sara Lopes, farmacêutica, quer conhecer o que está escondido e que o senhor reitor habitualmente não nos mostra”, defende.
Já Filipa Teixeira que acabou o mestrado em Administração Pública, considera que “vai ser um dia muito divertido para os jovens”, até porque, sublinha “que não tem de haver barreiras entre jovens e padres e que tudo é alegria”, apelidando o reitor de “bom amigo”.
Apesar de entender a curiosidade das jovens pelos recantos do edifício, o padre Paulo Figueiró, reitor do seminário da Guarda, ressalva que o mais importante é conhecer os seminaristas e os seus percursos. “Esta iniciativa é aberta a todos os jovens, para conhecerem como eles vivem e saber o que se faz num seminário”, revela.
Os jovens são visita constante no Seminário da Guarda, mas não conhecem todos os cantos à casa que tratam como sua. E, por isso, o padre Paulo Figueiró vai abrir as portas da biblioteca, por exemplo. “Por brincadeira digo que esta biblioteca é o Harry Potter. Há livros do século XVII. São várias centenas de livros, incluindo a tradução dos primeiros escritores cristãos, do grego para o latim”, observa.
Além do edifício, antigos e atuais seminaristas vão explicar o que é ser seminarista. “Convidámos um antigo superior do seminário, um antigo seminarista que não seguiu a vida sacerdotal, um professor que deu aulas no seminário e um seminarista atual, haverá histórias curiosas. Começa de manhã com um momento de acolhimento, um jogo de futebol, dos padres contra o resto do mundo, que são os jovens, pois o seminário era um local onde se praticava muito desporto. Depois teremos um almoço, o momento de partilha dos seminaristas, uma visita guiada feita pelos seminaristas e a seguir a eucaristia presidida pelo Bispo da diocese, sem esquecer o magusto no final”, conclui.
“Todos unidos e amigos uns dos outros”, é assim que jovens que se inscreveram na iniciativa "1 Dia no Seminário" veem o relacionamento entre os protagonistas da Igreja. “O padre Figueiró é mesmo meu amigo”, reafirma a estudante Joana Pereira.
Organizada pelo Departamento da Pastoral Juvenil Universitária e Vocacional, a iniciativa tem inscrições disponíveis em:
https://forms.gle/JeGsqZUAX8mN7U5B7