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“Não devemos ter medo da diversidade de carismas na Igreja”, diz o Papa

02 jan, 2024 - 21:30 • Olímpia Mairos

Francisco convida os cristãos a rezarem, durante este mês, “para que o Espírito Santo nos ajude a reconhecer o dom da diversidade, a descobrir a sua riqueza, a acolher o outro e dar graças”.

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O Papa Francisco diz que “não devemos ter medo da diversidade de carismas na Igreja”.

A diversidade de carismas, de tradições teológicas e de rituais é algo positivo. Nunca deve ser causa de divisão. Pelo contrário, ‘devemos alegrar-nos por vivenciar esta diversidade’”, afirma o Papa, na edição de janeiro de O Vídeo do Papa.

Francisco refere que, em particular, as Igrejas orientais “têm as suas tradições próprias, ritos litúrgicos característicos, mas mantêm a unidade da fé. Reforçam-na, não a dividem”.

Em comunhão com Roma, há numerosas Igrejas orientais, como os católicos bizantinos, a Igreja Greco-católica ucraniana ou a Igreja Greco-melquita. Outros exemplos da diversidade de ritos no seio da Igreja Católica são a Igreja Siro-malabar e a Igreja Católica Siro-malancar, surgidas ambas na Índia; a Igreja Maronita, de origem libanesa; a Igreja Católica Copta, de origem egípcia; a Igreja Católica Arménia; a Igreja Caldeia, predominante no Iraque; assim como a Igreja Católica Etíope-Eritreia, entre outras.

Na visão de Francisco, “se formos guiados pelo Espírito Santo, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca provocam conflito”.

“O Espírito recorda-nos que, acima de tudo, somos filhos amados de Deus. Todos iguais no amor de Deus e todos diferentes”, assinala.

O Papa lembra que “já nas primeiras comunidades cristãs, diversidade e unidade estavam muito presentes”, defendendo que “para avançar no caminho da fé necessitamos também do diálogo ecuménico com os irmãos e irmãs de outras confissões e comunidades cristãs”.

“Não como algo que confunde ou incomoda, mas como um dom que Deus dá à comunidade cristã para que cresça como um só corpo, o corpo de Cristo”, esclarece Francisco.


O Vídeo do Papa deste mês tem como fio condutor a cruz, símbolo de unidade e diversidade: uma cruz que aparece nas portas, nas montanhas, nas igrejas, para mostrar a riqueza das diferentes comunidades cristãs, precisamente nas suas diferenças.

Francisco apela, por isso, a que, na diversidade, “a comunidade cristã cresça como um só corpo, o corpo de Cristo”.

O mês de janeiro é marcado, no hemisfério norte, pela Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que este ano tem como lema “Amarás o Senhor teu Deus... e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10, 27).

Para o diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, padre Frédéric Fornos, sj, “a diversidade de carismas, de tradições teológicas e rituais na Igreja Católica é algo positivo”.

“Também há muitas tradições espirituais, como as promovidas por ordens e congregações religiosas. Deus ama a diversidade, é sinal da presença do Espírito Santo. É assim que nos conduz à plenitude da verdade, a toda a largura, altura e profundidade do seu amor”, observa.

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