05 jan, 2024 - 09:05 • Olímpia Mairos
Os bispos da República Democrática do Congo pedem uma comissão de inquérito independente e mista “para esclarecer todos os casos documentados pelos diferentes partidos” relativos às “irregularidades documentadas” durante as eleições de dezembro. Os resultados provisórios dão a vitória ao presidente cessante Félix Tshisekedi.
“Lamentamos que este processo eleitoral tenha registado muitos casos de violação do quadro legal, da administração eleitoral e, portanto, tenha provocado diversas irregularidades documentadas”, lê-se numa mensagem dos bispos, divulgada pela agência de notícias SIR.
Os responsáveis da Igreja pedem, por isso, ao Procurador-Geral do Tribunal Constitucional - que deverá proclamar os resultados finais a 10 de janeiro - que tenha em conta “todas as denúncias de irregularidades” para restaurar a “sinceridade eleitoral” e o “orgulho da nossa República”.
“Condenamos veementemente a violência verbal e física observada. Solicitamos ao Procurador-Geral da República, como fiador da ação pública, que processe judicialmente os autores de atos de violação e fraude eleitoral. Encorajamos todas as partes a recorrerem a meios pacíficos para todos os tipos de exigências”, lê-se na mensagem.
Os bispos congoleses convidam ainda a Comissão Nacional Eleitoral (Ceni) a “honrar o compromisso assumido perante a nação de publicar os resultados eleitorais em cumprimento do artigo 71 da lei eleitoral, ou seja, assento por assento” e exortam o povo congolês a “permanecer unido e vigilante na batalha contra os antivalores”.