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Semana de Oração Unidade Cristãos

Rezar pela paz e “desmascarar utilização da religião" são propósitos da semana ecuménica

15 jan, 2024 - 09:48 • Henrique Cunha

D. Jorge Pina Cabral, bispo da Igreja Lusitana de Comunhão Anglicana, lembra, em entrevista à Renascença que as Igrejas têm uma oportunidade para “serem pontes para a paz” e alerta para a necessidade de se “desmascarar todos aqueles que estão a utilizar a religião como pretexto para a guerra”.

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A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos arranca quinta-feira e prolonga-se até ao dia 25. Este ano, a celebração nacional vai acontecer, na sexta-feira em Coimbra, na Igreja Católica de Nossa Senhora de Lurdes.

Em entrevista à Renascença, o bispo anglicano D. Jorge Pina Cabral rejeita a ideia de que a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos se possa transformar num ritual sem sequência.

O responsável admite que “a Igreja, ou as igrejas, vivem de ritos”, mas sublinha que “esses ritos têm de estar, de certo modo, encarnados na vida, e, portanto, o que se pretende é que desta semana possam efetivamente sair ações, atividades conjuntas, ideias para mobilizar os cristãos das diversas igrejas ao longo do ano”.

D. Jorge Pina Cabral garante que em 2023, para além “da oração em conjunto”, as igrejas cristãs experimentaram “na Jornada Mundial da Juventude uma grande dimensão ecuménica, sobretudo no modo como as igrejas se encontraram, e inclusive na forma como algumas também se associaram à própria Jornada Mundial da Juventude”.

O bispo anglicano defende que a Semana de Oração é também uma “oportunidade única para se rezar pela paz no mundo” e para se alertar para “os perigos dos extremismos e da utilização indevida da religião para se promover a guerra”.

D. Jorge afirma “a importância na nossa vigília ativa de oração entre cristãos de diversas igrejas de pedirmos perdão a Deus e ao mesmo tempo também pedirmos pela paz, mas também de nos comprometemos a edificar a paz nas nossas diversas realidades”, pois “a oração em conjunto tem mais força”.

Para o responsável da Igreja anglicana, as guerras em curso na Terra Santa e na Ucrânia ajudam a perceber “que a religião está a ser utilizada, quer por um lado quer pelo outro”, pelo que se deve “desmascarar também aqueles que estão a utilizar a religião como pretexto para justificar as guerras, e ainda aqueles que, aproveitando-se das guerras, desencadearam movimentos, por exemplo, antissemitas ou antimuçulmanos”.

Sinodalidade na Igreja Católica: “Processo enriquecedor também para movimento ecuménico”

D. Jorge Pina Cabral saúda o processo sinodal em curso na Igreja Católica e sublinha a “dimensão sinodal da Igreja Anglicana”.

“Este ano, precisamente, a Igreja Lusitana celebra o seu centésimo sínodo. A dimensão sinodal é constitutiva das igrejas anglicanas e, por isso, vemos com muito agrado que a Igreja Católica esteja a desenvolver também no seu meio um processo em que, acima de tudo, procura dar voz às diferentes sensibilidades. Portanto, acho que é um processo muito interessante”, sustenta.

Portanto, eu estou certo de que este processo que se tem desenvolvido no seio da Igreja Católica Romana, com novas aberturas, novas visões, conta com a nova oração, porque achamos que será um processo muito enriquecedor. E Sendo enriquecedor para a Igreja Católica Romana, naturalmente, também será para o movimento ecuménico em geral”, remata.

O oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos começa na quinta-feira e prolonga-se até 25 de janeiro. “Amarás ao Senhor teu Deus… e ao teu próximo como a ti mesmo”, é o tema deste ano.

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