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Bispo de Viseu apela ao “voto livre, consciente e responsável”

14 fev, 2024 - 14:24 • Olímpia Mairos

Evocando as crises do mundo atual, a nível social, económico, ecológico e ambiental, D. António Luciano lembra, na sua mensagem para a Quaresma, as guerras na Ucrânia e entre Israel e o Hamas, “com tantos mortos e refugiados” e lamenta as “dificuldades em mudar o rumo das coisas”.

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O bispo de Viseu, D. António Luciano, apela na sua mensagem para a Quaresma a “todos os cidadãos para que participem ativamente no ato eleitoral com o seu voto livre, consciente e responsável”.

“Para os cristãos, votar é um dever cívico, um ato humano e moral, iluminado pelos princípios da Doutrina Social da Igreja”, refere o prelado, avisando que “as próximas eleições legislativas devem ser vistas com responsabilidade e empenho pelos candidatos e por todos os cidadãos, de modo que possam contribuir para o futuro de um país mais próspero e justo”.

Na mensagem, D. António Luciano afirma observar “com preocupação, a situação difícil de muitas famílias que vivem em dificuldades económicas sérias, no limiar da pobreza, por falta de trabalho, diminuição de rendimentos, falta de meios para pagar a prestação da casa ou da renda, comprar alimentos, medicamentos essenciais ou gerir as despesas com a educação e a saúde dos filhos”.

O prelado também não esquece “os idosos, os doentes, os que sofrem, os fragilizados, os que vivem sozinhos em casa ou estão internados em instituições particulares de solidariedade social, os doentes internados nos hospitais e estabelecimentos de saúde, para que tenham sempre quem os acolha e cuide deles com amor, compaixão e empatia”.

O bispo de Viseu deixa, ainda, uma “palavra de esperança e de solidariedade para os imigrantes e refugiados que vivem e trabalham” na diocese, “para que Deus os acompanhe e ajude a fazer a sua integração na comunidade”.

Evocando as crises do mundo atual, a nível social, económico, ecológico e ambiental, D. António Luciano lembra as guerras na Ucrânia e entre Israel e o Hamas, “com tantos mortos e refugiados”, e lamenta as “dificuldades em mudar o rumo das coisas”.

“As dificuldades em mudar o rumo das coisas e promover um cessar-fogo estável, o acolhimento dos refugiados, a implementação de negociações que levem ao fim da guerra, promovam a justiça social e a construção da paz estão longe de acontecer”, assinala.

“Perante a instabilidade social e política vivida por muitas nações, manifesta-se uma insatisfação generalizada em muitas pessoas e em diversos grupos da sociedade, que reivindicam direitos, denunciam injustiças, que afetam a harmonia da vida humana”

Em caminho sinodal

Na mensagem, intitulada “Peregrinos na esperança a caminhar para a Páscoa”, o responsável da Diocese de Viseu apresenta a Quaresma como o “tempo santo e favorável”, explicando que “ao longo de quarenta dias, através do deserto interior somos chamados a caminhar com Jesus, para “participarmos com alegria na vida da Nova Aliança”.

“Em caminho sinodal, vivamos juntos o apelo à conversão, à renovação interior, à penitência, à oração, à escuta da Palavra de Deus e à partilha fraterna do pão com os mais necessitados”, pede.

Assegurando que “a travessia do deserto é sempre uma experiência amorosa com Deus rico em misericórdia”, o prelado destaca que para “iniciar um caminho novo de libertação interior, é preciso aceitar o desafio da mudança de rumo na nossa vida”.

“Precisamos de abandonar a planície da mediocridade, espaço de prisão, onde abundam os ídolos, os vícios, o pecado, a desordem moral, o dinheiro, o álcool, a droga, o jogo, a criminalidade, o medo, a angústia, a solidão, o ciúme, a inveja, o orgulho, a vaidade, a ganância, a corrupção, o lucro desonesto, a exploração, a fraude, a indiferença, o ateísmo, os desregramentos pessoais e sociais, que provocam injustiças e violências graves, causando feridas difíceis de curar no ser humano e no tecido da sociedade atual”, sinaliza.

“No meio das tribulações e desolações que afetam o nosso mundo, perante a ‘indiferença da globalização’, peçamos a Jesus nesta Quaresma que nos aponte caminhos da verdadeira libertação e cura interior, para sermos artífices da esperança, promotores de uma verdadeira ecologia sustentável, promotora da dignidade das pessoas e da defesa do meio ambiente”, convida.

O bispo de Viseu indica, ainda, que a renúncia quaresmal da diocese tem quatro finalidades: ajudar na construção da Igreja da Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus em Ile, Moçambique; ajudar na construção do “Projeto de Desenvolvimento Integral de Lembá”, em São Tomé e Príncipe; ajudar as Irmãs Trapistas do Mosteiro de Santa Maria, Mãe da Igreja em Palaçoulo, na reconstrução da Hospedaria destruída pelo recente incêndio; ajudar o “Fundo de Emergência da Diocese de Viseu”, destinado a ajudar pessoas e instituições.

“Sejamos generosos nas ofertas e ajudemos os mais necessitados”, pede.

[notícia atualizada às 14h40 de 14 de fevereiro de 2024]

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