16 fev, 2024 - 08:36 • Olímpia Mairos
O bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias, fala deste tempo quaresmal como “um novo momento de graça” que nos “está a bater à porta”, e “lembra-nos que somos pó, que ao pó voltaremos” e “que é preciso que nos arrependamos e acreditemos no Evangelho”, exortando cada um a “encontrar no deserto quaresmal do seu interior a verdade de si próprio e de Deus, o Deus Misericórdia”.
Na sua mensagem de Quaresma, o bispo evoca a mensagem do Papa Francisco para falar da “tremenda corrupção com aparências de bem”, referindo que “a sedução da mentira é uma velha estrada” e que “por detrás de aparências de religiosidade, de aparências de Deus, de aparências de amor à Igreja, de vestes espirituais luzidias, do fazer ressaltar os erros alheios, do querer meramente aparentar para ficar bem na fotografia”, se esconde o “mundanismo espiritual”.
O prelado convida e desafia também os jovens da diocese, “os jovens de boa vontade, a viverem e a dinamizarem a vivência da Quaresma nas suas comunidades cristãs”, pois “a sua presença e criatividade muito poderão ajudar a envolver o maior número de pessoas neste tempo favorável em direção à Páscoa”.
“Este seu envolvimento a envolver as comunidades em iniciativas concretas fará com que as paróquias em geral, cada pessoa e cada família em particular se integrem neste dinamismo saudável, decidindo quais as iniciativas concretas a propor e como as dinamizar! E ninguém como os jovens é capaz disso”, observa.
Além da proposta para a vivência da Quaresma 2024, lançada pelo Secretariado Diocesano da Catequese para a vivência da Quaresma 2024”, D. Antonino Dias convida os jovens do Ensino Secundário e Superior e os “jovens disponíveis e de boa vontade” à vivência conjunta, de 28 a 30 de março, em Castelo Branco, do Tríduo Pascal, a Páscoa Jovem e Missionária.
O prelado refere ainda que “a Quaresma é um tempo que nos ajuda a avaliar a realidade que somos, a situação moral e espiritual em que vivemos, o nosso amor e fidelidade ao Senhor”.
“É um caminho concreto que nos leva a fazer “pequenas e grandes opções contracorrente, capazes de modificar a vida quotidiana das pessoas e a vida de toda uma coletividade: os hábitos nas compras, o cuidado com a criação, a inclusão de quem não é visto ou é desprezado”. É um tempo de conversão, de liberdade, de alegria, de coerência e luta, sabendo que Deus nos vê, nos conhece, nos escuta, vem ao nosso encontro e nos estende a mão para nos ajudar a libertar de nós mesmos”, explica.
A Quaresma é “tempo de agir e, na Quaresma, agir é também parar: parar em oração, para acolher a Palavra de Deus, e parar como o Samaritano em presença do irmão ferido”, sublinha, afirmando que “o amor de Deus e o do próximo formam um único amor”.
A concluir, D. Antonino Dias faz saber que a renúncia quaresmal da diocese reverterá em partes iguais para o “Fundo Social Diocesano” e para um “Centro Social que acolhe órfãos e crianças desfavorecidas na cidade de Moçâmedes, Angola, diocese de um sacerdote que presentemente trabalha nesta nossa diocese”.
“A esmola dada em verdadeiro espírito de caridade é um banco cuja traça não corrói, rende cem por cento neste mundo e abre portas na glória eterna”, completa.