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Portugal tem de "vencer uma certa paralisia de que sofre". Patriarca de Lisboa evoca 50 anos do 25 de Abril na homilia pascal

31 mar, 2024 - 12:47 • Agência Ecclesia

D. Rui Valério defendeu que “Portugal tem de ir novamente à fonte da vida que vence a morte e reencontrar força e vontade para superar as suas dificuldades”.

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Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, preside à Missa de Domingo de Páscoa na Sé Patriarcal. Foto: Manuel De Almeida/Lusa
Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, preside à Missa de Domingo de Páscoa na Sé Patriarcal. Foto: Manuel De Almeida/Lusa

A força da ressurreição de Jesus, que inspirou “profundas transformações” ao longo da história, e os 50 anos do 25 de Abril estiveram presentes na homilia do patriarca de Lisboa, neste domingo de Páscoa. D. Rui Valério disse ainda que Portugal tem de "vencer uma certa paralisia de que sofre, provocada pela habituação acomodada e, não raro, pela resignação”.

“Recordemos como a Páscoa da Ressurreição de Jesus tem sido fonte de inspiração para que, povos e nações, empreendam, hoje como ontem, renovadoras revoluções, ou profundas transformações no seu tecido social e político. Também Portugal, há precisamente cinquenta anos, e em pleno tempo pascal, saiu à rua para operar uma mudança que trouxe a democracia e deu voz e vez ao povo”, disse, na homilia do Domingo de Páscoa, enviada à Agência Ecclesia.

No dia da festa mais importante para a Igreja Católica, que assinala a ressurreição de Jesus, D. Rui Valério defendeu que “Portugal tem de ir novamente à fonte da vida que vence a morte e reencontrar força e vontade para superar as suas dificuldades”.

“Sobretudo, para vencer uma certa paralisia de que sofre, provocada pela habituação acomodada e, não raro, pela resignação”, acrescentou.

O patriarca de Lisboa agradeceu o papel das comunidades católicas no anúncio da ressurreição de Jesus, desejando que “sejam sinal de experiência viva, missionária e sinodal da sua Ressurreição, quer na diocese de Lisboa quer no mundo, que está sedento de belas e boas notícias”.

A reflexão destacou a “centralidade da ressurreição para a fé”, para a vida de cada ser humano que, “no seu coração, possui impulsos de amor infinito, na sua alma, leva sede de imortalidade e plenitude, no seu espírito está impressa a certeza da eternidade, e a sua estrutura de ser humano é imagem e semelhança de Deus”.

“Só a ressurreição realiza este projeto que é, ao mesmo tempo, desígnio e bênção”, acrescentou.

"Sim, Cristo Ressuscitou! Ao ser humano foi restituída a sua verdadeira condição e dignidade, que o pecado e a morte tinham destruído. Cristo Ressuscitou! O pecado que Ele aceitou carregar, fora destruído no sacrifício da Cruz, e, agora, oferece a cada homem e a cada mulher a possibilidade de renascer; de implantar a vida eterna na própria existência da humanidade, de iluminar o mundo com a luz da esperança, para construir entre as nações caminhos e laços de paz.”

Segundo D. Rui Valério, a ressurreição de Jesus comunica “a força indispensável para reconstruir vidas e existências, histórias e percursos de um mundo novo”.

“O encontro com Jesus ressuscitado conduz à tarefa missionária dos discípulos. Jesus Ressuscitado reinicia a missão que inaugurou com o anúncio do Reino de Deus. A missão dos discípulos dirige-se a todos os povos, porque Jesus Ressuscitado é o Salvador Universal”, apontou.

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