08 mai, 2024 - 08:32 • Henrique Cunha
O Secretariado Diocesano do Porto das Migrações e Turismo declara-se “solidário com as vitimas e famílias, bem como com todas as comunidades estrangeiras presentes na cidade do Porto” e defende a transferência de competências da AIMA para o poder local.
Numa nota enviada à Renascença, a diretora do Secretariado, Maria Eduarda Viterbo, assegura que “as comunidades atingidas são formadas por pessoas que trabalham e querem trabalhar, não havendo nada a apontar no que diz respeito a comportamentos e vida social”.
“Pelo contrário, manifestam, habitualmente, grandes gestos de solidariedade entre si e relativamente a pessoas provenientes de diferentes Países (e mesmo Portugueses)”, acrescenta. A responsável afirma que "os ataques ocorridos, são uma expressão de ódio, que não podemos aceitar de forma nenhuma", completa.
“Todos os residentes estrangeiros que connosco vivem e trabalham, devem ser respeitados - é um direito”, aponta o organinismo, prosseguindo: "Não poderemos nunca pactuar com a rotulação de pessoas apenas por causa dos países de onde vieram."
“Trata-se, acima de tudo, de seres humanos, que nem sempre vêem a sua dignidade respeitada. E este desrespeito começa logo nos Organismos que, supostamente, são criados para apoiar e agilizar a integração na sociedade e na actividade laboral”, denuncia.
Muito critica do funcionamento da Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), que, na perspetiva de Maria Viterbo, “está bem pior do que o antigo SEF”, a responsável atreve-se a dizer “que seria bem melhor e rentável, que estes serviços fossem entregues ao Poder Local, que, em diálogo com os vários intervenientes - Forças de Segurança, Igreja Católica, Instituições e Associações credíveis - teria um melhor conhecimento da realidade local e poderia ter um trabalho muito mais eficaz”.
A nota termina com um alerta aos governantes e à autoridades “para que estejam atentos às expressões e discursos incitadores de ódio, de xenofobia e racismo, proferidos por determinados políticos que outra coisa não pretendem senão arrastar para situações de violência como estas que vivemos”.
Estamos num Regime Democrático em que tais discursos são inadmissíveis e indicadores de total falta de respeito. Comprometemo-nos a colaborar, dentro do possível, com os órgãos que virem nisso alguma utilidade”, conclui.