20 mai, 2024 - 18:06 • Aura Miguel
Numa entrevista à televisão norte-americana CBS, o Papa reitera que a Igreja deve acolher “todos, todos, todos”. Francisco esclarece, no entanto, que, apesar de a Igreja poder abençoar qualquer pessoa, não o pode fazer para as uniões homossexuais.
A propósito do recente documento “Fiducia Supplicans”, o Papa disse que “a homossexualidade não é crime” e esclareceu: "O que eu permiti não foi abençoar a união, porque isso vai contra a lei da Igreja".
O Santo Padre reafirmou o sonho de uma Igreja de portas abertas, declarando que "o Evangelho é para todos, para todos nós que somos pecadores. Eu também sou um pecador". E acrescentou: "Se a Igreja coloca uma alfândega à porta, deixa de ser a Igreja de Cristo".
Sobre as barrigas de aluguer, Francisco lamentou que a maternidade de substituição se tenha tornado “um comércio, o que é muito mau e negativo" e propõe, como alternativa, a adoção, “para assim não se fugir do princípio moral”.
Nesta longa entrevista à CBS, onde não faltaram apelos ao diálogo entre os países em guerra para se esforçarem e encontrarem uma maneira de alcançar a paz, o Papa também criticou “os que lavam as mãos perante o sofrimento dos migrantes”.
Considerando que "há muitos Pôncios Pilatos por aí, que veem o que acontece, as guerras, as injustiças e os crimes... e nada fazem”, Francisco reafirmou que “a globalização da indiferença é uma doença muito grave".
A entrevista foi gravada na Casa Santa Marta em 24 de abril e uma parte foi transmitida, neste último domingo, no programa da CBS “60 Minutos”.