22 mai, 2024 - 21:57 • Ana Catarina André, enviada da Renascença a Roma
D. Vitorino Soares assume que uma das grandes lacunas na formação dos padres é a formação humana. À saída da reunião com o Dicastério do Clero, em Roma, onde está a decorrer a visita Ad Limina do episcopado português, o bispo auxiliar do Porto diz que há seminários que são redomas de um mundo que não é real.
“A formação está ainda muito voltada para o académico, uma formação em que a lacuna humana e missionária acaba por vir ao de cima”, sublinha D. Vitorino Soares.
Apesar de o isolamento e a solidão que atinge uma parte dos padres em Portugal não terem sido abordados na reunião entre os bispos portugueses e o Dicastério para o Clero, D. Vitorino Soares considera que nos seminários os sacerdotes deveriam ser preparados para viver entre os seus pares, mas também com as comunidades e paróquias.
“As grandes lacunas que vamos verificando é a nível do relacionamento humano. Os seminários têm-se constituído como redomas do mundo que não é a realidade, que é artificial”, sublinha.
D. Vitorino Soares assume que, para ultrapassar algumas destas lacunas, poderá haver seminários interdiocesanos ou então seminários diocesanos que acolham seminaristas de outras dioceses.
Com a diminuição do número de vocações, o bispo auxiliar e reitor do Seminário Maior do Porto diz que manter seminários reduzidos é “manter uma imagem do passado que não corresponde ao presente”.