24 mai, 2024 - 08:33 • Ana Catarina André, enviada da Renascença a Roma , Olímpia Mairos
Portugal tem, neste momento, 32 processos de canonização a decorrer no Vaticano, correspondentes a 13 dioceses, e alguns podem ser concluídos em breve, como é o caso da irmã Lúcia, do padre Cruz e da Beata Joana Princesa.
“Algumas causas estão mais adiantadas, outras têm que correr o seu processo normal, segundo aquilo que está estabelecido pelo próprio Dicastério das Causas dos Santos e validado pelo Santo Padre”, disse D. José Cordeiro, após a reunião no Dicastério das Causas dos Santos, no contexto da visita Ad Limina.
O presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade adianta que algumas causas podem ser “em breve concretizadas, tanto na beatificação como na canonização, concretamente, a Irmã Lúcia, o padre Cruz e a canonização da Beata Joana de Portugal”.
“Algumas destas causas já estão canonizadas pelo povo, mas falta essa validação da Santa Sé, do Papa, para incorporar no álbum dos Santos. E outros de interesse também nacional, certamente, como o padre Américo, como a Beata Alexandrina”, assinala.
Questionado sobre se, no caso específico da irmã Lúcia, poderá haver novidades ainda este ano, D. José Cordeiro diz que “há essa vontade”, observando que “a fama da santidade é indiscutível e também a atualidade da mensagem”.
Segundo o arcebispo de Braga, a canonização de São Bartolomeu dos Mártires “motivou muito a linha pastoral espiritual da Igreja presente em Portugal, a canonização dos pastorinhos, de Francisco e da Jacinta Marto, igualmente”.
Referindo que a Conferência Episcopal Portuguesa não tem propriamente um serviço que trate exclusivamente das Causas dos Santos, o presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade adiantou que esse pode ser um passo a dar nos próximos tempos.
A ideia é que apareçam mais causas de fiéis, leigos, homens e mulheres que não fundadores de institutos de vida consagrada, de congregações, bispos ou padres, para que o rosto da Igreja que peregrina, em Portugal, seja ainda mais próximo de todos, para dizer que a santidade está ao alcance de todos.
“Porque não sendo fundador de um instituto de vida consagrada ou um bispo é mais difícil que uma diocese se proponha a esse processo. Por isso, compete-nos a nós, aos bispos, promover também esse exemplo de fiéis leigos na política, na família, na economia, em muitas outras realidades”, observa o arcebispo de Braga.
“É uma proposta que agora a Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa terá que considerar. E seria muito bom que tal acontecesse para coordenar todos estes processos e, ao mesmo tempo, que se criasse um lugar de formação”, diz.
O espaço de formação poderá “ser criado no âmbito da Universidade Católica Portuguesa, ligado à faculdade de Teologia, ao Instituto de Direito Canónico, para que se formassem mais pessoas que pudessem acompanhar estes processos nas dioceses e também se promovesse este caminho pastoral, teológico, espiritual da santidade em Portugal, porque há milhares e milhares de santos e santas”, acrescenta.