05 jun, 2024 - 09:39 • Aura Miguel
O Papa anunciou esta quarta-feira que está a preparar um documento dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. O texto será publicado em setembro e insere-se nas comemorações dos 350 anos das aparições de Jesus a Santa Margarida Maria de Alacoque, religiosa francesa que viveu entre 1647 e 1690.
Francisco explicou esta manhã que o novo documento pretende recolher as reflexões e textos dos magistérios anteriores, “numa linda história que remonta à Sagrada Escritura”, bem como “repropor hoje, a toda a Igreja, este culto carregado de beleza espiritual”. E sublinhou: “Creio que nos fará muito bem meditar sobre os vários aspetos do amor do Senhor que possam iluminar o caminho do renovamento eclesial, mas também que tenham algo de significativo a dizer a um mundo que parece ter perdido o coração.”
No final da audiência geral desta quarta-feira, o Santo Padre pediu, uma vez mais, orações pela paz na Ucrânia, na Terra Santa e em todos os lugares onde há focos de guerra. “Rezemos para que o Senhor nos dê o dom da paz e que o mundo não sofra tanto com as guerras”.
Na catequese desta manhã, dedicada ao Espírito Santo, o Papa usou a imagem do vento para expressar o seu poder. “O vento é a única coisa que absolutamente não pode ser contida, não pode ser ‘engarrafado’ ou enlatado. Pretender encerrar o Espírito Santo em conceitos, definições, teses ou tratados, como o racionalismo moderno às vezes tentou fazer, significa perdê-lo, anulá-lo ou reduzi-lo ao puro e simples espírito humano”, afirmou.
Francisco alertou para o risco de esta tentação poder surgir também no campo eclesiástico, ao pretender encerrar o Espírito Santo em cânones, instituições ou definições: “O Espírito cria e anima as instituições, mas Ele mesmo não pode ser “institucionalizado”. O vento sopra “onde quer”, por isso o Espírito distribui os seus dons “conforme lhe apraz” (1Cor 12,11), sublinhou.
Ao recordar as palavras de São Paulo “onde está o Espírito do Senhor, há liberdade” (2Cor 3,17), Francisco salientou que esta liberdade é muito especial e diferente do que habitualmente se entende. “Não é liberdade para fazer o que quiser, mas liberdade para fazer livremente o que Deus quer! Não é liberdade para fazer o bem ou o mal, mas liberdade para fazer o bem e fazê-lo livremente, isto é, por atração, não por coerção. Noutras palavras, liberdade como filhos, não como escravos”.