19 jun, 2024 - 09:50 • Olímpia Mairos
A Junta Regional de Leiria-Fátima, entidade que congrega todos os agrupamentos de escuteiros da diocese, prepara-se para celebrar os 100 anos do escutismo naquela região. O programa das atividades já está delineado e foi apresentado em conferência de imprensa.
“De outubro de 2024 a dezembro de 2025, serão 15 meses de celebração, coincidindo com o ano escolar; esperamos que este ano seja de grande alegria e felicidade, não só entre os escuteiros, mas também com toda a comunidade”, diz Pedro Nogueira, o chefe regional.
As comemorações começam já em agosto, com a realização do ACAREG - Acampamento Regional. Entre os dias 5 e 11 de agosto irão estar na Batalha, na Quinta do Escuteiro, cerca de 1.200 escuteiros.
Aproveitando a realização do JOTA JOTI (Jamboree On The Air/Jamboree On The Internet), a maior atividade escutista a nível mundial, envolvendo cerca de 2 milhões de escuteiros de todo o planeta, que se realiza entre 19 e 20 de outubro de 2024, a Junta Regional vai aproveitar este evento para promover a abertura do ano escutista na Marinha Grande, com todos os 34 agrupamentos da diocese.
Já no próximo ano, e depois do Dia de Baden Powel (B.P.), os escuteiros participam na peregrinação regional a Fátima, programada para os dias 5 e 6 de abril, iniciativa que envolve congregações e movimentos da Igreja.
Um dos eventos que é uma novidade, é a realização de um arraial escutista, marcado para o dia 21 de junho do próximo ano, e que pretende ser uma mostra das atividades dos agrupamentos.
Para fechar o ano em 2025, será realizado um congresso, “onde os nossos escuteiros mais jovens poderão expressar as suas opiniões sobre o futuro do escutismo na região”.
O chefe regional deu conta que Leiria tem 19 agrupamentos, Ourém tem seis, Pombal tem três, a Marinha Grande tem dois, e os outros municípios têm um cada.
D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, considera o centenário do movimento uma “data muito importante e significativa para aquilo que somos hoje num mundo onde todos falamos dos jovens e temos dificuldade em mobilizá-los, em fazê-los participar nas coisas ou então participam de modo que é típico deles”.
Para o bispo de Leiria-Fátima “o desafio lançado pelo escutismo é importante”, pois passa por “implicar os jovens e torná-los aptos para serem agentes de transformação, a partir de uma experiência de viver em conjunto com ideais comuns”.
“Ter um movimento como o escutismo, a nível mundial, que o faz desde sempre com uma pedagogia e paixão que se sente desde os mais novos aos mais velhos, é algo notável, é transgeracional”, assinala D. José Ornelas, sublinhando que que “o escutismo mantém-se relevante pelos seus ideais de estar em comum, fazer as coisas em conjunto”.
O prelado destaca ainda o papel agregador que o escutismo tem na Igreja e enquadrando a sua presença no processo sinodal em curso, diz que o CNE é “uma forma de abertura de uma Igreja que não se fecha dentro dos seus edifícios, mas que olha para o mundo; os escuteiros são intermediários desse relacionamento dinâmico e criativo”.
Segundo o bispo de Leiria-Fátima, “os escuteiros ajudam na descoberta e sublinham temas importantes, como a ecologia”, tema ganhou importância com a Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, “que nos ensina a nos interessar vivamente pelo nosso planeta”.
Já o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, concelho onde foi apresentado o programa do centenário do escutismo naquela região, sublinha que “celebrar 100 anos não é algo trivial”.
“Se chegámos até aqui, é porque há muito mérito envolvido, algo fundamental de se entender: a importância de 100 anos numa instituição ou organização; poucas são as que conseguem essa longevidade, mas o escutismo conseguiu, e acredito que continuará”, assinala Aurélio Ferreira.