26 jun, 2024 - 12:32 • Aura Miguel
"Irmão sol” é o título da mais recente Carta Apostólica do Papa Francisco, publicada esta quarta-feira.
Neste documento, o Santo Padre atribui aos presidentes o Governo da Cidade do Estado do Vaticano e da Administração do Património da Sé Apostólica “a tarefa de implantar um sistema agrovoltaico”, no interior da zona extra-territorial de Santa Maria di Galeria, onde se encontram os emissores da Rádio Vaticana (a cerca de 20 quilómetros de Roma).
Esta medida deve assegurar, “não apenas o fornecimento elétrico da estação de rádio aí existente, mas também o completo suporte energético do Estado da Cidade do Vaticano”, ordena o Papa.
Nesta Carta papal com força de lei (Motu Proprio), Francisco considera urgente fazer uma transição para um modelo de desenvolvimento sustentável que reduza as emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera e estabelecer, como objetivo, a neutralidade climática.
“A humanidade dispõe dos meios tecnológicos necessários para enfrentar esta transformação ambiental e as suas perniciosas consequências éticas, sociais, económicas, políticas e, entre estas, a energia solar desempenha um papel fundamental”, sublinha o Papa
Esta decisão surge na sequência da Encíclica “Laudato si”, publicada em 2015, sobre o cuidado da casa comum, em que o Papa convidou a humanidade a tomar consciência da necessidade de introduzir mudanças no próprio estilo de vida e produção e de consumo, “para contrariar o aquecimento global, cuja principal causa é uso generalizado de combustíveis fósseis”.
Mais tarde, em 2022, o Vaticano aderiu à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.
“Com tal instrumento, quis contribuir nos esforços de todos os Estados para oferecer, em conformidade com as respetivas responsabilidades e capacidades, uma resposta adequada aos desafios que as alterações climáticas colocam à humanidade e à nossa casa comum”, escreve Francisco para recordar os passos desencadeados até agora pela Santa Sé.