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Entrevista Renascença/Ecclesia

Sínodo. “São necessárias respostas, ainda que respostas experimentais”

14 jul, 2024 - 09:30 • Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Agência Ecclesia)

Por ocasião da divulgação do documento de trabalho para a segunda sessão da 16.ª Assembleia Sinodal, o convidado da entrevista Renascença/Ecclesia é José Eduardo Borges de Pinho, professor jubilado da Universidade Católica Portuguesa e membro da Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa.

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José Eduardo Borges de Pinho, elemento da Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), alerta, em entrevista à Renascença e à Agência Ecclesia, para a necessidade de “medidas concretas” a curto prazo na sequência do processo sinodal.

Citando o texto-base que orientará os trabalhos da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária, programada de 2 a 27 de outubro, o professor jubilado da Universidade Católica afirma que “sem medidas concretas, corre-se o risco de o processo sinodal não se explicitar, crescer e desenvolver-se”, podendo mesmo “criar desalento em muitas pessoas”.

“Espero que, relativamente a alguns pontos, como esse do papel da mulher na vida da Igreja, sejam dados não apenas sinais claros, mas que se aponte uma ou outra medida concreta que seja realmente realizável já a curto prazo”, assinala.

Borges de Pinho admite que haja "alguma deceção" em algumas pessoas pelo facto de temas como a ordenação de padres casados não constarem da agenda da Assembleia de outubro.

Ainda assim, o responsável não tem dúvidas de que estamos perante “um processo irreversível”, apesar de alguns “bloqueios” na vivência da sinodalidade nas comunidades.

“O ministério episcopal, tal como está a ser exercido muitas vezes, é tendencialmente monárquico. E os párocos, em geral, em muitos sítios, tendem a não dar os passos que podem ser dados e que são necessários. Aqui está um bloqueio, que acontece de muitas maneiras, em muitos lados e de várias formas”, explica.

"Não é o Papa, é o Espírito Santo que nos pede para que a Igreja esteja à altura dos momentos que estamos a viver"

Olhando para este ciclo que estivemos a viver, este processo sinodal lançado pelo Papa Francisco em 2021, num arco de três anos, podemos ter noção da importância que teve este processo a nível global e, em particular, para as comunidades católicas em Portugal?

Sim. Tem uma importância crucial em termos objetivos, porque é o grande acontecimento de receção do Concílio [Vaticano II]. Nota-se neste documento, que faz várias referências e alguma evolução num ou no outro aspeto concreto. É uma chamada de atenção renovada para o dever que todos temos de assumir, com todas as consequências, desenvolvendo e concretizando aquilo que o Concílio Vaticano II nos deixou.

Eu digo isto com uma certa ênfase, porque era um jovem, era um jovenzito, com 15 anos, 14 anos, quando o Concílio se realizou e tenho uma sensibilidade muito particular para esse momento da Igreja e para aquilo que significou.

Este momento pode representar, para uma determinada geração de católicos, aquilo que o Concílio representou nas últimas seis décadas?

Eu espero que sim. Como dizia, no documento que agora foi publicado, o "Instrumentum Laboris", são nítidas duas coisas. Por um lado, a participação de teólogos, peritos e pessoas de todas as partes do mundo, portanto, o sentido da catolicidade, a expressão da catolicidade da Igreja está muito viva. Por outro lado, nota-se, realmente, que são pessoas que receberam, acolheram o Concílio e entendem a sinodalidade como ela deve ser entendida: uma dimensão essencial da Igreja, que sempre houve, ainda que nem sempre a palavra tenha sido sublinhada. E que hoje é o caminho e é o estilo que nos é pedido, que o Espírito Santo nos pede. Não é o Papa, é o Espírito Santo que nos pede para que a Igreja esteja à altura dos momentos que estamos a viver, que não são fáceis.

"O ministério episcopal (…) é tendencialmente monárquico"

A Conferência Episcopal Portuguesa publicou, em maio, o seu relatório sobre a segunda fase da consulta sinodal, apelando a um maior discernimento sobre as questões ditas fraturantes. O novo documento de trabalho, divulgado pelo Vaticano, do qual já aqui falou, exclui questões controversas, remetendo-as para os grupos de estudo que o Papa criou. Entende esta opção?

Sim, entendo, neste momento. Quero dizer, exclui no sentido que não vão ser expressamente debatidas, mas não fecha os assuntos, não fecha os temas.

A ideia foi retirar da agenda do sinodal alguns temas mais polémicos?

Penso que a ideia foi, por um lado, ter em conta o necessário estudo aprofundado e especializado que estas questões exigem. Os dez grupos de trabalho que o Papa criou em fevereiro são constituídos por pessoas que estão dentro dos assuntos e que são capazes de refletir melhor do que o comum das pessoas, até o comum dos teólogos. Porque nós somos, por vezes, especialistas nesta área ou naquela, mas não somos especialistas em tudo.

Por outro lado, creio que é a consciência de que são questões que exigem maturação e que exigem que os cristãos vão tomando consciência delas, vão pensando, vão discernindo, vão amadurecendo a perceção daquilo que significam, face aos desafios que hoje acontecem. De resto, segundo as referências da Secretaria-Geral do Sínodo, contidas também no próprio documento agora publicado, esses grupos de trabalho farão alguma referência ao estado da questão, digamos assim, ou ao estado das questões, nos trabalhos sinodais com informação à Assembleia.

"A Igreja não é uniforme, no sentido negativo da palavra, ou seja, uniforme em termos de que todos pensam da mesma maneira"

Quem em 2021 foi consultado e chamado a dar a sua opinião, se calhar tinha expectativas… Dou um exemplo: a ordenação de homens casados. Olha para este instrumento de trabalho e não vê uma única referência. O que é que se diz a estas pessoas?

Eu creio que estas pessoas têm uma certa razão em pensar e em pedir que as instâncias eclesiais se movam mais depressa e que as estruturas da Igreja, no seu conjunto, as pessoas e as estruturas, sejam capazes de ir sinalizando respostas, mesmo que sejam respostas experimentais. Nós tivemos o Sínodo sobre a Amazónia e, nessa altura, essa questão em concreto também já foi levantada expressamente. Podemos dizer que foi, na altura, uma certa deceção entre as pessoas o facto de não se ter avançado para aquela região específica, no sentido de um caminho em que se poderia ir. Lendo este documento, verificamos que há um avanço qualitativo na referência aos contextos próprios em que o Evangelho tem de ser anunciado e a Igreja vive. Há uma referência também expressa, mais do que uma vez, para dizer que a Igreja não é uniforme, no sentido negativo da palavra, ou seja, uniforme em termos de que todos pensam da mesma maneira e a vida da Igreja é realizada sempre da mesma maneira. Pelo contrário, chama-se a atenção, precisamente, para essa diversidade de contextos.

Mas não terá de haver um momento em que se tome uma decisão?

Sem dúvida, sem dúvida...

O receio é mesmo esse? É que se protele no tempo?

Não excluo esse receio. Nesta matéria toda, não sou otimista repentino nem pessimista militante. Procuro ser realista e o realismo, aqui, é um realismo com esperança, no sentido de que este processo é, de facto, irreversível, não é só minha convicção, creio que os sinais são vários…

"Sem medidas concretas, corremos o risco de o processo sinodal não se explicitar, crescer e desenvolver e até de poder criar desalento em muitas pessoas"

O caso específico da ordenação de homens casados?

Não, neste caso estou a falar do Sínodo, em geral, deste processo. Essa questão em particular até não será das mais difíceis, a não ser aqui nos nossos contextos europeus e limitados, porque, como se sabe, nas Igrejas Católicas Orientais já existem padres casados. É mais uma questão agora de oportunidade, de olhar para os sinais que daí podem resultar, de amadurecimento das questões. Eu vejo dois problemas, não sei qual é o principal, mas talvez o segundo...

O primeiro é que nós estamos sempre a lidar com pessoas e estruturas intermédias, ou seja, sendo assim um bocadinho direto demais - para também ser rápido - o ministério episcopal, tal como está a ser exercido muitas vezes, é tendencialmente monárquico. E os párocos, em geral, em muitos sítios, por inércia ou por dificuldades de tempo e outras, tendem a não dar os passos que podem ser dados e que são necessários. Aqui está um bloqueio, que acontece de muitas maneiras, em muitos lados e de várias formas.

O segundo aspeto, talvez mais importante, é que isto da sinodalidade não é uma questão de elites, sejam bispos, padres, teólogos ou leigos mais envolvidos nas paróquias. É uma questão que tem de ver com todo o povo de Deus. Neste sentido, o discernimento significa que olhemos para aquilo que o Espírito Santo nos diz, neste contexto e nesta situação atual que estamos a viver, na Igreja, mas, simultaneamente, que percebamos os sinais que vêm do mundo, das pessoas, das suas inércias, das suas necessidades de formação, etc.

"Isto da sinodalidade não é uma questão de elites (...) é uma questão que tem de ver com todo o povo de Deus"

Queria introduzir um tema que está em enorme destaque em todo este processo: a questão do papel das mulheres, da participação das mulheres nas comunidades católicas. Este documento fala especificamente nos processos de tomada de decisão, mas o tema que talvez seja mais polémico, o diaconado feminino, é remetido para um grupo de trabalho coordenado pela Doutrina da Fé. Quer dizer que o debate sinodal se vai concentrar em aspetos que são mais concretos do dia a dia das comunidades?

Eu creio que sim, e isso está de alguma maneira referido, de forma expressa, mas ainda que não com todas as letras, no "Instrumentum Laboris". Ou seja, a certa altura diz-se mesmo que, sem medidas concretas, corremos o risco de o processo sinodal não se explicitar, crescer e desenvolver-se e até de poder criar desalento em muitas pessoas. Portanto, essa consciência existe e espero que, relativamente a alguns pontos, como esse do papel da mulher na vida da Igreja, sejam dados não apenas sinais claros, mas se aponte uma ou outra medida concreta que seja realmente realizável já a curto prazo, sem que com isso se crie qualquer problema.

Neste momento, há a questão dos ministérios, chamados batismais, possibilidades de participação em instâncias de governo, que num caso ou outro já existe… Aliás, o documento também diz, e é verdade, que já há muitas possibilidades, mas não são aproveitadas, e o problema base é um problema de mentalidades.

Será uma forma de conduzir o debate para uma visão mais ampla relativamente à participação de todos na vida das comunidades católicas?

Eu espero que sim. Aliás, na reflexão que é feita sobre o papel da mulher, eu vejo no texto algumas referências já mais incisivas do que no próprio relatório de síntese. Agora, é preciso é que isso se concretize na Assembleia Sinodal e, depois, em indicações/normas canónicas que possam ser referidas. Mas o último parágrafo, se não me engano, nesse capítulo, chama a atenção que o problema da sinodalidade e da participação na igreja é também, e em muitos casos decisivamente, um problema dos homens, um problema dos cristãos do sexo masculino, que precisam de ser, na sua consciência cristã, na sua consciência batismal e nas responsabilidades, precisam de assumir de forma mais decisiva o seu lugar nas diversas instâncias, nos diversos lugares onde a igreja se realiza. Isto não é diminuir nada o papel da mulher. Pelo contrário, é dizer que a sinodalidade é realmente um esforço de reciprocidade, de diálogo, de partilha entre as pessoas e de consciência do lugar que cada um é chamado a desempenhar dentro das suas possibilidades.

"Muitas das nossas comunidades fazem coisas muito boas"

Este processo sinodal tem sido marcado, em larga medida, até pela perceção pública, pela ideia da consulta e da mobilização. No documento há uma proposta da criação de um Ministério da Escuta e do Acompanhamento nas Comunidades Católicas, para todos. Isto já é um fruto visível deste processo?

Absolutamente. E esse aspeto é já um dos tais elementos concretos irreversíveis. Não sei o tempo que vai demorar a institucionalizar. Aliás, é lá dito que a institucionalização deste Ministério não significa que não se exerça já. E, ao mesmo tempo, diz-se que também serviços de escuta e de acompanhamento podem estar já presentes e serem dinamizados. Ou seja, não podemos estar à espera daquilo que são os frutos em termos de documentos. Creio que neste momento o grande desafio é, realmente, perguntarmos nas nossas comunidades, pequenas ou maiores, com mais pessoas ou com menos pessoas, em todas as atividades que nós façamos, perguntarmo-nos se o modo como estamos a funcionar, o modo como estamos a pensar, a ler a realidade, o modo como estamos a decidir, corresponde já a uma vontade, a um desejo de caminhar em frente, de caminhar para uma realidade de Igreja mais viva e participativa, ou se queremos manter prerrogativas de autoridade e de poder, leituras sociológicas que assentam muito no prestígio, etc, etc, e não estarmos atentos àquilo que são as possibilidades e exigências reais.

Qual é a sua perceção? Há um hiato entre esse esforço de escuta e uma integração real de quem tem vindo bater à porta das comunidades católicas? O" todos, todos, todos" ainda está marcado por "muitos, mas..."?

Sim, a começar pelo facto de que esses "mas" apontam muitas vezes para o próprio espaço eclesial interno. Repare que se nós vamos ver a vida das nossas comunidades, em muitas delas as pessoas que, por exemplo, leem os textos na liturgia, as pessoas que, entre aspas, mandam alguma coisa no quotidiano, são sempre as mesmas e não tem havido nem há a preocupação, muitas vezes, de se fazer uma renovação e de as pessoas perceberem que só também estando aberto e atento ao concreto das situações é que conseguimos ir mudando. E, portanto, aqui a minha experiência é sempre limitada, não podemos generalizar, mas é marcada muito por isso.

Quem estiver a ouvir também há-de lembrar-se da sua experiência e há-de tirar as suas conclusões....

Exatamente. Mas esse "mas", obviamente, tem que ver também com todas as situações de marginalidade, de dificuldade com a Igreja, de pobreza e aí, confesso, ainda há muito a fazer. Mas é preciso reconhecer também que é um trabalho difícil. Isto é, nós não estamos muitas vezes preparados. Há muitos cristãos em todo o mundo - não estou a falar apenas da nossa realidade - que são verdadeiros profetas da sua maneira de agir nessas situações. Por vezes, tendemos a ver só o nosso cantinho e não vemos nada ou vemos mal. Mas também é preciso dizer que muitas das nossas comunidades fazem coisas muito boas, mas não há muitas vezes a sensibilidade para essas situações, esses desafios de alguma marginalidade.

É preciso antes de mais reconhecer a dificuldade e pensar e dialogarmos uns com os outros para ver os passos que podem e devem ser dados.

"Não me admira muito que haja resistências, não me admira muito que haja inércias"

Olhando para a realidade interna das comunidades, o documento de trabalho que foi lançado na última semana fala de um conceito que muitas vezes não é tão visível, que é a questão da transparência e da prestação de contas. E isto é colocado no contexto em que se diz que é necessário superar um modelo piramidal. Este modelo explica muitas resistências à dinâmica sinodal?

Sem dúvida, sem dúvida. Na minha leitura, há aqui mudanças, mudanças profundas que têm de ser feitas. São mudanças naturalmente de mentalidade, mas são, no fundo, verdadeiras conversões. Conversão do modo de proceder, do modo de olhar, do sentido das prioridades, etc. Eu li há dias uma referência, já não me recordo de quem, mas foi há muitos poucos dias, que as pessoas não desistem do poder. E que, no fundo, se agarram a ele, de uma maneira ou de outra. Esta mudança exige alguma humildade, disponibilidade. Não é só uma questão teórica, é uma questão também muito prática. Essa prestação no sentido não apenas financeiro, mas em todos os âmbitos vai ser um elemento, não só fundamental, como, certamente, que a próxima Assembleia Sinodal, nessa matéria, vai sugerir aspetos concretos. Claro que tudo vai ser entregue ao Santo Padre, ao Papa Francisco e, depois, um ou outro aspeto será concretizado mais tarde, mas esse é um elemento, sem dúvida, irrenunciável e já bastante amadurecido.

O processo sinodal foi visto com muita esperança por setores e pessoas que se tinham distanciado da Igreja. Julga que houve expectativas pouco realistas e, assim, o que é que se deve esperar, realmente, de uma Assembleia Sinodal?

Eu penso que sim, que houve expectativas talvez a mais, por parte de alguns setores, de algumas pessoas, mas quem conhece a Igreja, quem vive na Igreja, quem tem também algumas referências fundamentais, percebe que nós não vivemos num espaço aéreo, vivemos no terreno, com os pés assentes na terra, isto é, somos marcados todos pela historicidade do viver humano e também do viver crente. Quer dizer, as coisas mudam, mas às vezes muito lentamente. As coisas são condicionadas por reações imprevistas. Eu não me admira muito que haja resistências, não me admira muito que haja inércias. Admiro-me sim, e até de alguma forma posso dizer que sofro com isso interiormente, como cristão, que as pessoas não se abram a dar aqueles passos para aquilo que, em todo o discurso que nós fazemos na Igreja, até nas nossas homilias, para aquilo que é essencial. Há, às vezes, contradições de linguagem e de prática que, no fundo, não se justificam ou não se justificariam se as pessoas estivessem atentas, por um lado, à realidade e também pensassem um bocadinho mais sobre o que é, de facto, a identidade cristã, o que é a vida da Igreja, o que é a sua missão.

"Esta dimensão sinodal só tem sentido em termos de encontrar um rosto mais missionário, evangelizador para a Igreja"

Tenho uma última pergunta que tem a ver com o sinal que este processo sinodal pode dar ao resto do mundo. Nós vivemos num mundo marcado por conflitos, por desigualdades. Esta Igreja sinodal pode ser, profética, um modelo alternativo de sociedade que, basicamente, é muito marcado pela busca da imposição da própria posição e do poder?

Esse realmente é o ponto fulcral de todo este dinamismo, de toda esta busca, de todo este processo. Porquê? Porque em "comunhão, participação, missão", as três palavras que traduzem sinodalidade em concreto, o termo-chave é, de facto, a missão. Como é que nós conseguimos viver como cristãos de modo a que quem nos vê ache interpelativo, que te faz algum sentido, que pode ajudar a transformar o quotidiano nas relações. É claro que também aqui, olhando realisticamente para o mundo em que vivemos, nós assustamo-nos. Eu creio que não há outra palavra. Mas, exatamente no documento que foi publicado, esse é um aspeto que eu acho dos mais importantes. Chama-se a atenção, realmente, que esta dimensão sinodal só tem sentido em termos de encontrar um rosto mais missionário, evangelizador para a Igreja, e só tem sentido, nessa linha, em ordem a que nós cristãos mostremos que é possível viver de outra maneira neste nosso mundo, neste nosso planeta, e encontrar caminhos de fraternidade e de justiça e também de paz.

Eu não estou a idealizar aquilo que a Igreja e os cristãos podem fazer, mas sublinho, dentro da pergunta que acabou de colocar, que realmente isso é que nos deve verdadeiramente preocupar e questionar todos os nossos hábitos, mentalidades e modos de funcionar internamente. Portanto, isso é que é o decisivo.

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