01 ago, 2024 - 14:45 • Henrique Cunha
Durante a conversa telefónica, o Presidente Erdoğan garantiu a Francisco que “as manifestações imorais durante a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris causaram indignação” e brincaram “com valores sagrados”.
Na opinião de Erdogan, sob “o pretexto da liberdade de expressão e da tolerância, a dignidade humana foi espezinhada, os valores religiosos e morais foram ridicularizados”, e isso “ofendeu os muçulmanos e o mundo cristão”. Erdoğan defendeu a necessidade de se “levantar uma voz unida e mostrar uma atitude comum”.
Ainda de acordo com a rede social X, o Presidente turco “afirmou ainda que o facto de os valores religiosos serem postos em causa e de ser feita propaganda pervertida nos Jogos Olímpicos, que são organizados com o objetivo de unir as pessoas, é o sinal de alarme do colapso moral para o qual o mundo foi arrastado”.
Durante a conversa, Erdoğan insistiu nas críticas aos ataques israelitas em Gaza, que em sua opinião “se tinham transformado em genocídio”, alertando ao mesmo tempo para “uma grave crise humanitária”. O líder turco não deixou de criticar “alguns Estados” que permitem a Israel “levar a cabo os seus massacres sob o guarda-chuva diplomático, económico e militar”.
Para Erdoğan o assassinato do líder Político do Hamas, Ismail Heniyye, e o ataque ao Líbano “demonstraram mais uma vez que Israel é uma ameaça para toda a região, para o mundo e para a humanidade e que devem ser rapidamente tomadas medidas como uma aliança da humanidade, especialmente para que os muçulmanos e os cristãos que vivem na Palestina encontrem a paz”.
Ainda de acordo com a publicação da presidência turca, Erdoğan afirmou acreditar que “as reuniões do Papa Francisco com os países que apoiam Israel para pôr termo aos ataques e assegurar uma paz duradoura seriam benéficas sem causar danos permanentes à estrutura política, de segurança e social da região e do mundo”.
A mensagem termina garantindo que o Papa Francisco agradeceu a Erdoğan “os seus esforços em prol da paz e pela sua sensibilidade contra a humilhação dos valores religiosos”.