03 ago, 2024 - 20:49 • Ricardo Vieira
O Vaticano mostra-se “entristecido” com a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris e deplora “a ofensa cometida a muitos cristãos”.
Num comunicado em francês divulgado este sábado, a Santa Sé junta-se à indignação manifestada pelos bispos franceses.
“A Santa Sé ficou entristecida por algumas cenas da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris e só pode juntar-se às vozes que se levantaram nos últimos dias para deplorar a ofensa cometida a muitos cristãos e crentes de outras religiões”, refere o Vaticano.
A Igreja Católica considera que, “num evento de prestígio onde o mundo inteiro se reúne em torno de valores comuns, não deveria haver alusões que ridicularizassem as crenças religiosas de muitas pessoas”.
“A liberdade de expressão, que obviamente não é posta em causa, encontra o seu limite no respeito pelos outros”, sublinha o Vaticano.
Jogos Olímpicos 2024
A chuva marcou a cerimónia de abertura da 33.º edi(...)
Na origem da polémica está um momento da cerimónia em que travestis participam num banquete.
A Conferência Episcopal de França descreveu o momento como "escárnio e zombaria do Cristianismo" e deplorou o que considerou ser uma paródia ao conhecido quadro "A Última Ceia", do mestre Leonardo da Vinci.
O diretor artístico da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, Thomas Jully, negou que se tenha inspirado no quadro "A Última Ceia". Ao mesmo tempo, os organizadores pediram desculpas e recusaram que existisse qualquer intenção de ofender os cristãos.
Em declarações à televisão francesa "BFMTV", Thomas Jully explicou que a ideia por detrás da encenação era "fazer uma grande festa pagã relacionada com os deuses do Olimpo". Os Jogos Olímpicos têm origem em competições realizadas entre várias cidades-estado da Grécia Antiga.