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Violência Reino Unido

Migrantes não podem ser os bodes expiatórios dos males do mundo", alerta OCPM

07 ago, 2024 - 05:30 • Henrique Cunha

Obra Católica Portuguesa das Migrações critica "a desinformação" que "incentiva a violência, e adianta que "se existem migrantes é porque algo não está bem no país de origem".

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Obra Católica Portuguesa das Migrações alerta para as situações que colocam os migrantes "como bodes expiatórios dos males do mundo". Em vésperas do arranque da quinquagésima segunda Semana Nacional das Migrações que começa domingo, Eugénia Quaresma, lembra em declarações à Renascença que a onda de violência anti-imigração no Reino Unido, é um dos exemplos de intolerância. “Neste momento concreto aquilo que mais nos preocupa é a violência, a polarização e este fazer dos migrantes e dos refugiados bodes expiatórios dos males do mundo, quando nós sabemos, se formos analisar as causas, que muitas vezes eles são a denuncia de que algo não está bem no país de origem”, sublinha. A responsável aponta para as causas da imigração e lembra que muitas vezes ela é provocada por “causas sociais, por causas políticas, por perseguições, ou por fuga a regimes autoritários”. “Se existem migrantes é porque algo não está bem no seu país e de forma autónoma as pessoas procuram outras soluções para viver e não apenas sobreviver” assinala.

A diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações insiste na necessidade de a sociedade estar atenta à desinformação que "pode incentivar a violência", porque “muitas vezes, por mais que se diga e por mais que haja um esforço em dizer que não foi um migrante”, acabamos por “nos deixar enredar pela desinformação”. “Fazer uso das redes sociais para a polarização e fazer uso das redes sociais para incentivar a violência parece-me extremamente perigoso e temos que aprender a discernir”, reforça.

Eugénia Quaresma volta a defender que se olhe "para o fenómeno migratório como algo natural" e sugere a criação "de leis e normas que permitam as pessoas serem autónomas no seu estilo de vida".

A responsável reconhece que "há exigências do ponto de vista da integração e da inclusão" e diz que é necessário "aprender com o passado para evitar criar guetos".

Semana Nacional das Migrações: "A violência não é o caminho”.

Inserida na Semana Nacional das Migrações que começa domingo dia 11 e se prolonga até dia 18 está a Peregrinação Nacional dos Migrantes no Santuário de Fátima de 12 e 13 de agosto; uma peregrinação que será presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes.

"Uma semana que tem o propósito de sensibilizar para o que mais preocupa em relação às migrações" e que de acordo com Eugénia Quaresma "é sempre inspirada na mensagem do Papa para o Dia das Migrações e que este ano tem como tema: "Deus caminha com o seu povo".

A responsável lembra que “estamos num tempo em que precisamos de aprender a discernir e a não nos deixarmos enredar pela via da polarização, da impulsividade, da agressividade e da violência”. “Se olharmos para o que é dito nos Evangelhos a violência não tem lugar; não se responde à violência com violência E nós também não somos promoves, nem incentivamos a violência. Isto é verdade para todas as religiões; a violência não é o caminho”, remata.

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