15 ago, 2024 - 08:20 • Ana Catarina André
Começou por se chamar "O Missionário Católico", quando nasceu a 15 de agosto de 1924, por iniciativa de D. Teotónio Vieira de Castro, superior do Colégio das Missões Ultramarinas. “A revista surgiu para dar a conhecer o trabalho que os missionários faziam nos vários países na costa ocidental de África como Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné, Cabo Verde, também em Moçambique, na costa oriental, em Timor, Macau, e em vários territórios na Índia”, conta à Renascença o padre Rui Ferreira, diretor da revista da Sociedade Missionária da Boa Nova, que comemora agora 100 anos de publicação ininterrupta.
Desde que foi criada, “muito do bom e do belo da missão” foi transmitido por esta revista mensal, assegura o sacerdote, referindo-se "ao bem que muitos homens e mulheres fizeram em parte remotas do mundo”, “criando laços entre povos e culturas, particularmente entre os povos irmãos da lusofonia”.
“Muitos [desses missionários] estão em cenários de guerra, de miséria e de fome, dando a vida pela promoção do ser humano, e isso não é infelizmente transmitido pelos meios de comunicação em geral, nem é uma face tão conhecida da Igreja”, diz o sacerdote, acrescentando que, a partir de 1970, esta publicação se passou a chamar "Boa Nova".
Para comemorar o centenário, foi lançada uma edição especial da revista intitulada “100 anos em Missão”, com testemunhos de três comunidades em Portugal e de missionários em Moçambique, Angola, Brasil e Japão.
Está também prevista uma sessão comemorativa a 12 de outubro, na Sala dos Fornos da Oliva Creative Factory, em São João da Madeira, e diversos encontros com leitores – o primeiro está marcado para 14 de setembro, em Braga.
Olhando para o futuro, o padre Rui Ferreira diz que, para que a revista continue a ter “uma presença significativa”, será necessária uma presença no mundo digital. “É um novo continente, um novo campo de evangelização”, assegura.
Em julho, a Sociedade Missionária da Boa Nova foi distinguida como membro honorário da Ordem do Mérito, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Na altura, o chefe de Estado destacou o “relevante impacto que tem tido na renovação da Igreja, no envolvimento dos leigos na vida da Igreja e da sociedade, bem como das relevantes missões que realiza em Moçambique, Angola, Brasil, Zâmbia e Japão, em que se tem vindo a assumir como ‘ponte entre Igrejas’”.