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As preocupações climáticas de Francisco na viagem mais longa do Pontificado

03 set, 2024 - 12:04 • Reuters

Todos os países no itinerário do Papa estão particularmente expostos ao calor crescente, que já está a afetar a saúde e a produtividade económica na região.

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As alterações climáticas estão no topo da agenda do Papa Francisco na sua mais longa viagem ao estrangeiro que arrancou esta segunda-feira, visitando a Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura, durante 12 dias.

O Papa Francisco alertou que o aumento do nível do mar significará que muitas populações provavelmente terão de mudar de casa dentro de alguns anos. Isto já está a acontecer na Indonésia, com as suas regiões costeiras densamente povoadas e baixas, em risco de inundações. Ao ponto da capital nacional estar a ser transferida de Jacarta, onde o Sumo Pontífice se encontra, para uma cidade nova e menos vulnerável no Bornéu.

A Agência Nacional de Investigação e Inovação da Indonésia alertou, em 2021, que 115 ilhas do extenso arquipélago do país poderiam ficar completamente submersas até ao final do século.

Singapura previu que as suas águas costeiras podem subir mais de um metro até ao final do século, aumentando a pressão sobre as suas defesas contra inundações e ameaçando as suas terras baixas.

Os níveis do mar no Oceano Pacífico estão a subir mais rapidamente do que a média global, afirmou a Organização Meteorológica Mundial na semana passada. O aumento também está relacionado com tempestades tropicais mais intensas em toda a região ocidental do Pacífico.

Francisco destacou, igualmente, os riscos de chuvas e inundações mais frequentes e intensas à medida que as temperaturas aumentam. O sudeste Asiático e o Pacífico Ocidental são particularmente vulneráveis.

Em maio, a Papua Nova Guiné sofreu um deslizamento de terra catastrófico que, segundo o governo, enterrou mais de duas miç pessoas vivas e foi causado por fortes chuvas e tempestades. A chuva intensa também causou mortes na Indonésia em maio e agosto.

Timor-Leste está a lutar para construir resiliência a condições meteorológicas extremas, depois de ter sofrido as piores inundações em cinquenta anos, em 2021.

Na pior das hipóteses, Singapura poderá ver, até ao final do século, as chuvas quase duplicarem, afirmou o país na sua avaliação das alterações climáticas de 2024.

O Papa Francisco descreveu, ainda, a Terra como um paciente com “febre” numa mensagem de vídeo na sexta-feira. Todos os países no itinerário do Papa Francisco estão particularmente expostos ao calor crescente, que já está a afetar a saúde e a produtividade económica na região.

Singapura alertou que as temperaturas superiores a 35 graus celsius poderão tornar-se a norma até ao final do século, prevendo-se que as médias aumentem até cinco graus se as emissões permanecerem elevadas.

Timor-Leste diz que a sua economia também está ameaçada pelo aumento da temperatura dos oceanos, que está a destruir os recifes de coral e a prejudicar a sua indústria pesqueira.

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