05 set, 2024 - 12:23 • Aura Miguel
Vieram, aos milhares, para a missa com o Papa. Provenientes, sobretudo, das ilhas próximas de Jacarta, encheram por completo o maior estádio do país, ocuparam todas as bancadas e também uma parte recinto central.
Os 85 mil fiéis, com pequenas bandeirinhas na mão, acenaram com entusiasmo o ilustre visitante e vários milhares juntaram-se num outro estádio adjacente, por não já haver lugar. As autoridades falam em 100 mil pessoas, dentro e fora dos dois estádios.
“Bem-vindo à Indonésia, Papa Francisco”, gritaram em uníssono.
Os católicos na Indonésia são uma minoria, mas não cabem em nenhum estádio: são oito milhões e trezentos mil, espelhados, sobretudo, pelas ilhas mais distantes, no mar das Flores e em Timor ocidental. Muitos destes, optaram até por encontrar o Papa, daqui a uns dias, em Dili, por ser mais perto de casa.
“O coração do homem está sempre à procura de uma verdade que possa aplacar e alimentar o seu desejo de felicidade”, disse o Papa na homilia da missa.
“Não podemos contentar-nos apenas com as palavras humanas, os critérios deste mundo e os juízos terrenos; precisamos sempre de uma luz do alto para iluminar os nossos passos”, referiu.
Numa celebração muito participada, entre orações em diversas línguas e cantos ritmados, Francisco quis deixar um pedido, em jeito de despedida: “Não vos canseis de sonhar nem de construir de novo uma civilização de paz! Ousai sempre o sonho da fraternidade!”
Nesta última etapa antes de sair do país e ainda sob o efeito do significativo encontro inter-religioso desta manhã, de onde saiu uma declaração conjunta com um veemente apelo à derrota da cultura da violência e à promoção da reconciliação e da paz, o Papa encorajou os católicos indonésios a “semear o amor, a percorrer com confiança o caminho do diálogo, a praticar continuamente a bondade e amabilidade com o sorriso que vos caracteriza, a ser construtores de unidade e de paz”.
A partida amanhã para a Papua Nova-Guiné está prevista para as 9h45, hora local.