26 set, 2024 - 10:22 • Lusa
O Papa Francisco tomou esta quinta-feira a decisão rara de expulsar dez pessoas - um bispo e vários padres e leigos - de um movimento católico no Peru, por abusos "sádicos" de poder, autoridade e espiritualidade.
A decisão foi antecedida por uma investigação feita pelo Vaticano.
A punição da liderança do Sodalitium Christianae Vitae, ou Sodalitium of Christian Life, seguiu-se à expulsão do fundador do grupo, Luis Figari, pelo Papa.
O anúncio foi feito pela Conferência dos Bispos do Peru, que colocou uma declaração da embaixada do Vaticano no seu sítio na internet.
Os investigadores do Vaticano descobriram terem ocorriso abusos físicos, “incluindo com sadismo e violência”, abusos de consciência próprios de uma seita, abusos espirituais, abusos de autoridade, abusos na gestão do dinheiro da igreja e “abusos no exercício do apostolado do jornalismo”.
A última referência está associada a um jornalista com ligações ao Sodalitium que atacou críticos do movimento nas redes sociais.
Figari fundou o movimento em 1971 como uma comunidade laica para recrutar “soldados de Deus”, uma das várias organizações católicas nascidas de reação conservadora ao movimento da teologia de libertação, que se espalhou pela América Latina, desde a década de 1960.
No seu máximo, o grupo contou com 20 mil membros, na América do Sul e EUA, com uma grande influência no Peru.
Há queixas das vítimas dos abusos de Figari à arquidiocese de Lima datadas de 2011.