26 set, 2024 - 16:27 • Aura Miguel
A participação ativa dos portugueses na vida da Igreja ficou bem patente no encontro do Papa, esta tarde, com a comunidade católica luxemburguesa. Como sempre acontece quando Francisco se reúne com os fiéis católicos de um país, há sempre um momento para testemunhar experiências locais e aqui, dos três que falaram, dois são portugueses.
Diogo Gomes Costa, empenhado na pastoral juvenil, partilhou a sua experiência inesquecível na JMJ Lisboa e revelou como a insistência daquelas três palavras repetidas do Papa aos jovens o levou a reconhecer que na igreja há lugar para “todos".
O mesmo refrão foi citado pela Irmã Maria Perpétua Coelho dos Santos. A religiosa das Servas de Nossa Senhora de Fátima, ao demonstrar que a riqueza da igreja neste país inclui portugueses, franceses, cabo-verdianos, italianos, ingleses, espanhóis, polacos, ucranianos, húngaros, croatas, filipinos, vietnamitas e muitos outros, agradeceu ao Papa a sua coragem em acolher migrantes, refugiados e “todos, todos, todos”.
Francisco, ao ouvir estas intervenções, agradeceu explicitamente aos luxemburgueses “por tudo aquilo que fazem pelos emigrantes”.
No seu discurso, o Papa disse que o espírito do Evangelho ”é um espírito de acolhimento, de abertura a todos, e não admite qualquer tipo de exclusão” e encorajou os presentes “a permanecer fiéis a esta herança, continuando a fazer do vosso País uma casa amiga para quem quer que bata à vossa porta em busca de ajuda e hospitalidade”.
Francisco recordou as palavras de São João Paulo II quando, na visita que fez ao Luxemburgo, em 1985, afirmou que recordar as raízes cristãs da cultura europeia “é um dever de justiça antes ainda do dever de caridade”. Advertências que se mantêm atuais, disse Francisco, porque ele encorajava os jovens luxemburgueses a traçar caminho para “uma Europa não só das mercadorias e dos bens, mas dos valores, dos homens e dos corações”.
Sobre os novos desafios que hoje se colocam à Igreja, o Papa reconheceu que a secularização pode trazer benefícios. “A Igreja evolui, amadurece, cresce: não se fecha em si mesma, triste, resignada, ressentida, antes pelo contrário, fiel aos valores de sempre, aceita o desafio de redescobrir e reavaliar de um modo novo os caminhos de evangelização, passando cada vez mais de uma simples lógica de cura pastoral a um anúncio missionário”. afirmou.
No final do encontro, o Santo Padre abriu oficialmente o Jubileu Mariano com uma oração diante da famosa Imagem de Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, a quem ofereceu uma rosa de ouro e cuja devoção existe no Luxemburgo há 400 anos.