20 out, 2024 - 10:52 • Aura Miguel
“Vence não quem domina, mas quem serve por amor”, disse o Papa, esta manhã durante a missa de canonização de alguns missionários, sacerdotes e duas religiosas.
A partir do exemplo do Deus de amor, “que se abaixa para chegar aos que estão em baixo; que se faz fraco para levantar os fracos; que trabalha pela paz e não pela guerra; que veio para servir e não para ser servido”, o Santo Padre sublinhou que não é o poder que define os seguidores de Cristo, porque o estilo de Deus é o serviço.
“Não se trata de uma lista de coisas a fazer, como se, uma vez realizadas, pudéssemos considerar terminado o nosso turno. Quem serve com amor não diz: ‘agora toca a outro’. Este é um pensamento de empregados, não de testemunhas. O serviço nasce do amor e o amor não conhece fronteiras, não faz cálculos, mas gasta-se e dá-se. Não se limita a produzir para ter resultados, nem é uma prestação ocasional; é sim algo que nasce do coração, um coração renovado pelo amor e no amor.”
Neste contexto, o Papa elogiou a opção de vida dos recém-canonizados: o Irmão Manuel Ruiz Lopez e seus companheiros, mortos no século XIX, no Libano, por ódio à fé, o padre Giuseppe Allamano, fundador dos missionários e missionárias da Consolata e duas religiosa Paradis Marie Leonie, fundadora da Congregação das irmãzinhas da Santa Família e Elena Guerra, fundadora da Congregação das Oblatas do Espírito Santo. "Estes novos santos, com a sua fé e apostolado, não alimentaram neles desejos mundanos e avidez de poder; pelo contrário, fizeram-se servidores dos seus irmãos, criativos em fazer o bem, firmes nas dificuldades, generosos até ao fim”, concluiu Francisco.
No final da celebração, antes da recitação do Angelus, o Papa pediu renovadas orações pelas populações vítimas da guerra, na “Palestina, Israel, Líbano, Ucrânia, o Sudão, Mianmar e por todas as outras”.
Ao saudar as diversas delegações oficiais presentes na missa, incluindo o Presidente da República italiana e o Vice-presidente do Uganda, Francisco sublinhou o testemunho de São Giuseppe Allamano, cuja missão junto das populações mais frágeis e vulneráveis.
A propósito do milagre que permitiu a canonização de Allamano ter acontecido no seio de uma tribo amazónica, o Papa aproveitou para lançar um apelo a favor do povo yanomami: “Apelo às autoridades políticas civis para que garantam a proteção destes povos e dos seus direitos fundamentais e contra toda a forma de exploração da sua dignidade e dos seus territórios”, afirmou.