31 out, 2024 - 11:17 • redação
O bispo D. Roberto Mariz, elemento da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, avança à Renascença que “as comunidades portuguesas poderão ser estudadas” no contexto europeu como elemento agregador na “inculturação do meio”.
D. Roberto, também bispo auxiliar do Porto, entende que as comunidades portuguesas espalhadas pela Europa servem “como exemplo modelar para evitar outras situações mais gritantes (ligadas ao racismo e xenofobia) que se vão observando”.
O prelado participou no encontro dos missionários de língua portuguesa na Europa, que decorreu na Alemanha, e sublinha a ideia de que as comunidades migrantes lusas não têm sido afetadas pela onda crescente do racismo e da xenofobia.
O encontro que refletiu sobre o tema “Á escuta da Palavra para caminhar juntos em Igreja” serviu, nas palavras de D. Roberto Mariz, para "promover o encontro dos diferentes agentes da pastoral da Igreja portuguesa nas comunidades migrantes na Europa".
"Os laços criados permitem cruzar realidades muito próximas, pois em conjunto é mais fácil encontrar as melhores respostas e os melhores enquadramentos de solução para a realidade dos desafios pastorais do tempo atual."
Um dos grandes desafios colocados aos evangelizadores é o da secularização e, assim, por isso “o encontro de três permitiu olhar e compartilhar as contingências dessa realidade e a forma como ela afeta o tecido religioso”.
O bispo refere mesmo que essa preocupação levou a que “durante os dias de reflexão fossem sendo colocadas três perguntas essenciais: o que manter, o que deixar e o que criar, a partir desta escuta do espírito atendendo à realidade do contexto atual, foram perguntas para muita reflexão”.
O encontro teve também o cuidado de dar atenção aos evangelizadores. "Estes encontros permitem também manifestar o nosso cuidado com os evangelizadores que se encontram na diáspora”.
“Neste cuidado e nesta atenção e proximidade para com eles que é também manifestada pela Conferência Episcopal, tentamos ajudar a fortalecer este vínculo para que também sintam florescer continua e constantemente a paixão do evangelho para que essa marca dessa paixão em Cristo possa traduzir-se localmente nas suas comunidade pela dimensão da alegria e da dimensão comunitária”, reforça.
“Trabalhar as quatro dimensões da Igreja a partir da realidade de comunidades católicas de língua portuguesa em processo de integração na igreja local”; “Atualizar o trabalho pastoral à luz do processo sinodal (espiritualidade, metodologia e missão)” e “Gerar comunidade. Viver juntos (ensemble, Zesumem) - Combater a solidão dos missionários” foram alguns dos objetivos desta iniciativa da Obra Católica Portuguesa de Migrações.