03 nov, 2024 - 10:00 • Henrique Cunha
A CEO da Comdignitatis, Célia Salgado, garante em entrevista à Renascença que a associação não tenciona alargar a todo o país a sua intervenção social, sublinhando que a “ambição é melhorar a relação com cada pessoa”.
A responsável reforça o objetivo de “chegar a muitas outras pessoas que necessitam” e aponta para a necessidade de “dar respostas urgentes”, ainda não possíveis por haver "falta de meios, falta de espaço".
Fundada em 2012, a Comdignitatis - Associação Portuguesa para a Promoção da Dignidade Humana é “uma instituição de solidariedade social que acompanha crianças, jovens e famílias em situação de venerabilidade”.
Para melhorar o serviço prestado, a instituição pretende construir um novo edifício em Mafra para “respostas urgentes, cuidados continuados na área da saúde mental da criança, jovens e adultos”.
A nova estrutura irá também albergar “um núcleo de investigação em terapia familiar e ainda um serviço de apoio domiciliário e um centro de dia”. De acordo com a CEO da Comdignitatis, “o edifico ficará por cerca de três milhões de euros”.
Na procura dos meios financeiros necessários, a instituição está a preparar um espetáculo, para o dia 10 de novembro, às 19h00, no Salão Preto e Prata do Casino do Estoril.
Trata-se de um concerto solidário com apresentação de Júlio Isidro e a participação de "vários artistas de referência do panorama da nacional". O cartaz inclui nomes como Anabela, Diana Lucas, José Raposo, Matay, Nuno & Henrique Feist, Paulo de Carvalho, Wanda & Eva Stuart e Yola Dinis.
Nesta entrevista à Renascença, Célia Salgado faz um apelo à participação no espetáculo de dia 10 de novembro e explica o âmbito de ação da Comdignitatis.
Quantas pessoas ou famílias apoiam e em que regiões do país?
Acompanhamos, atualmente, 1.263 famílias em 35 concelhos: onze no distrito de Lisboa e nos 24 concelhos do distrito de Viseu.
Quais são as principais dificuldades na promoção da dignidade humana?
Queremos chegar a muitas outras pessoas que necessitam, queremos dar respostas urgentes e ainda não o conseguimos fazer porque temos falta de meios, falta de espaço. Esse é um dos grandes objetivos que temos neste momento.
Mas falta de meios humanos, falta de meios financeiros?...
Um pouco de tudo porque construir um edifício para dar mais respostas e acompanhar mais famílias consome meios financeiros. E apesar de termos uma excelente equipa de colaboradores, ainda nos falta mais pessoas.
A instituição procura apoiar a família de forma integral. Em que áreas sentem mais dificuldades?
Tentamos sempre ter uma relação de confiança, de proximidade e uma das nossas características é irmos ao encontro da família no seu domicílio. Isso também exige muita deslocação da nossa parte, mas vamos sempre ao domicílio e a todos os sítios onde as pessoas estão, uma vez que estamos com uma área bastante grande e temos tentado dar sempre a resposta da melhor maneira.
Apostamos muito na proximidade, numa colaboração de confiança, numa relação de confiança e a dificuldade maior é termos colaboradores Gostaríamos de fazer um trabalho ainda mais consistente nessa área.
Têm a ambição de chegar a todo o país ou para já é prematuro pensar nisso?
Não, não temos ambição. Fomos até a Viseu porque era uma resposta que não existia ainda no distrito Viseu.
Para terminar, fale-nos um pouco do espetáculo do próximo dia 10 e das dificuldades em angariação dos meios necessários para a construção do novo edifício em Mafra...
Estamos a promover no dia 10 de novembro um concerto solidário no Salão Preto e Prata, no Casino de Estoril, às 19h00, que tem um grande objetivo: ajudar à construção do novo edifício, em Mafra, dedicado a respostas mais urgentes, como os cuidados continuados da saúde mental da criança, do jovem e adulto, de um espaço para as crianças autistas, de um núcleo de investigação em terapia familiar, de serviços de apoio domiciliário e de um centro de dia dinâmico. Precisamos de cada um de vós, da vossa presença no concerto. É o grande apelo que deixo.
E ainda falta muito - falo dos meios financeiros - para se conseguir o objetivo da construção do edifício?
Sim, sim, falta muito, falta mesmo muito, bastante. O edifício ficará por volta dos três milhões. Ainda falta bastante.