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Nicarágua expulsa do país presidente da Conferência Episcopal

15 nov, 2024 - 11:22 • Olímpia Mairos

Segundo o Coletivo de Direitos Humanos Nicarágua Nunca Más, a Igreja nicaraguense perdeu, nos últimos anos, 25% dos seus padres, obrigados a ir para o exílio, deportados à força ou impossibilitados de regressar ao país.

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O bispo da Diocese de Jinotega e presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN), D. Carlos Enrique Herrera Gutiérrez, de 75 anos, foi preso e expulso da Nicarágua, na quarta-feira.

De acordo com a agência de Notícias SIR, D. Herrera encontra-se na Guatemala, num convento dos Frades Menores Franciscanos, ordem religiosa à que pertence.

O exílio do presidente da CEN aconteceu na sequência de uma denúncia pública feita pelo prelado, no domingo, dia10 de novembro, durante a missa vespertina na catedral São João Batista, contra o governo local de Jinotega.

Segundo a imprensa local, o bispo terá expressado o seu descontentamento, durante o momento penitencial, para com as autoridades locais por estas terem colocado alto-falantes em frente à catedral de Jinotega perturbando a celebração religiosa.

“É um sacrilégio o que o presidente da câmara e todas as autoridades municipais estão a fazer”, disse o prelado.

Na quarta-feira, antes do exílio do bispo, a página oficial da Diocese de Jinotega no Facebook foi desativada. Esta rede social era usada pela diocese para transmitir em direto as missas dominicais, as adorações eucarísticas das quintas-feiras e outros eventos religiosos, principalmente os presididos por D. Herrera.

Segundo o Coletivo de Direitos Humanos Nicarágua Nunca Más, a Igreja nicaraguense perdeu, nos últimos anos, 25% dos seus padres, obrigados a ir para o exílio, deportados à força ou impossibilitados de regressar ao país.

As últimas estatísticas indicam que desde 2022, 74 religiosos foram detidos e torturados, 63 foram exilados e 35 também perderam a cidadania.

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