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100 anos do Seminário Menor de Braga

Jovens são "o agora" da Igreja

17 nov, 2024 - 09:42 • Isabel Pacheco

Reitor do Seminário Menor de Braga rejeita a ideia de “crise de vocações” porque, garante, "as vocações existem”.

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O Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, guarda as marcas de 100 anos de história que se comemora esta quinta-feira.

E, se em tempos servia de casa para dezenas de jovens, hoje o Seminário Menor é o “telhado” para oito alunos vindos dos vários arciprestados da Arquidiocese. São estudantes do ensino secundário que encontram no Seminário de Nossa Senhora da Conceição o sítio certo onde podem trabalhar a “semente de fé” de cada um.

“O seminário é essa casa onde a semente se desenvolve”, começa por explicar o reitor da instituição, cónego Mário Martins.

“Não há nenhum jovem que chegue à “casa-seminário” já com a semente totalmente desenvolvida, já com o fruto dado ou a dar”, acrescenta o sacerdote, que também foi aluno do Seminário Menor nos finais da década de 1990.

Para o responsável, o número reduzido de seminaristas, que se tem mantido na última década, em nada tem que ver com a ideia de falta de vocações.

“Não podemos dizer que há crise de vocações, porque as vocações existem”, garante Mário Martins, que lembra que “nós todos, enquanto Igreja, é que temos de comprometer mais nesta questão”, alerta.

Temos de “falar mais da questão, de rezar mais pelas vocações e de percebermo-nos da necessidade e da importância de ajudarmos os jovens a encontrarem-se o caminho de felicidade”, defende. Porque, acrescenta, “se a vocação de um jovem é o sacerdócio, e é o que o vai fazer feliz, devemos ajudá-lo a servir melhor”.

Para Mário Martins, esta não é uma tarefa exclusiva da Igreja, mas de todos, incluindo, a comunidade: “A Igreja, assim como a sociedade, terão de encontrar formas de interação com os jovens para que eles também se sintam envolvidos e comprometidos."

“É sempre possível fazer mais pelos jovens”, acrescenta.

“Na generalidade, os jovens são altruístas e, quando envolvidos, dão provas disso como foi nas Jornadas Mundial da Juventude e em tantos projetos de voluntariado”, aponta o reitor do Seminário Menor de Braga para quem a juventude não é o “amanhã”, mas o “agora da igreja”.

Desde 1924, o Seminário Menor bracarense acolheu 9 mil alunos da Arquidiocese de Braga e da Diocese de Viana do Castelo. Cerca de 1500 seguiram o sacerdócio.

“Os restantes [que não foram ordenados] foram desempenhando um belíssimo serviço à sociedade”, frisa o sacerdote, lembrando que se ficou a “dever à formação que foram capazes de receber aqui”.

“Ao longo destes cem anos, o seminário desempenhou um papel social muito importante”, recorda o diretor da instituição, sublinhando o “potencial que seminário significou e significa para a sociedade e para a Igreja atual”.

O papel da instituição na formação de jovens foi reconhecido pela Presidência da República, que atribuiu ao Seminário de Nossa Senhora da Conceição a Ordem de Mérito na Instrução Pública por ocasião dos seus 90 anos.

Uma década depois, o Seminário bracarense assinala o centenário com um programa que arranca, esta quinta-feira, dia de aniversário da instituição, com uma sessão solene de abertura das comemorações pelas 18h30 no Espaço Vita.

O programa festivo prossegue domingo, dia 17 de novembro, às 15h com um Concerto pelo Coro Capella Ocellum Duri, na Sé Catedral de Braga. Segue-se, pelas 17h30, a celebração da Eucaristia na Capela da Imaculada, no edifício do Seminário, presidida pelo arcebispo de Braga, D. José Cordeiro.

As comemorações dos 100 anos da instituição estende-se até novembro de 2025, altura que será lançado um livro sobre os cem anos do Seminário.

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