18 nov, 2024 - 07:50 • Ângela Roque , Olímpia Mairos
Tem início esta segunda-feira mais uma "Red Week" - “Semana Vermelha” -, uma iniciativa internacional e anual, promovida pela Fundação AIS para sensibilizar a opinião pública para a perseguição aos cristãos no mundo.
À Renascença, Catarina Martins Bettencourt, responsável pela AIS em Portugal, explica que, ao longo da semana, várias igrejas e monumentos icónicos vão ser iluminados de vermelho.
“Neste momento, são 20 países que vão iluminar diversos monumentos de vermelho, com este objetivo claro de chamar a atenção da opinião pública para este drama da perseguição religiosa aos cristãos, e também para esta ausência de liberdade religiosa em tantos locais”, diz.
A iniciativa visa combater a indiferença perante uma realidade que existe e atinge tantas pessoas à escala mundial. “É uma semana em que queremos chamar a atenção, que cada um que passe junto de uma igreja, um monumento, um edifício público, e se questione por que razão é que está iluminado de vermelho, e ficar a saber que é por causa destes mártires da fé que ainda existem hoje, em 2024”, observa.
Para Catarina Martins Bettencourt, é necessário “lembrar que estas pessoas existem e que é preciso fazermos pressão sobre os governos, as diversas instituições, e que é preciso acabar com este drama que é esta ausência de liberdade religiosa em tantos países do mundo”.
Em Portugal, vários monumentos também vão estar iluminados de vermelho, a começar pelo já emblemático Cristo Rei, em Almada.
“Em Almada, mais concretamente o Santuário de Cristo Rei, que tem sido ao longo dos anos um parceiro que chama a atenção aqui em Portugal. Em Lisboa, na Praça do Comércio, a estátua de D. José I também vai estar iluminada de vermelho. E depois temos a Catedral de Santarém, temos um Santuário do Imaculado Coração de Maria em Cerejais, o Santuário de São Bento da Porta Aberta, em Braga, e várias igrejas em Braga que se associam. Aqui em Lisboa (diocese) vamos ter a Paróquia da Ramada e a Paróquia de São Nicolau que também vai estar associada. Em Aveiro várias paróquias também vão estar iluminadas de vermelho, nomeadamente a Gafanha da Encarnação, Gafanha do Carmo e Gafanha da Costa Nova. No Porto por agora temos a Paróquia das Antas, a Paróquia da Conceição e vamos ter mais a Sul a Igreja de Santa Clara, que também vai estar iluminada. São muitas as igrejas que vão estar iluminadas e que vão dinamizar momentos de oração pelos cristãos perseguidos no mundo”, indica a responsável pela AIS em Portugal.
Na quarta-feira, a AIS apresenta, em Lisboa, o relatório bianual sobre a violência contra os cristãos no mundo. Catarina Martins Bettencourt avança, para já, que a situação se agravou desde 2022, sendo que a grande ameaça são os grupos jihadistas.
“De facto a situação é pior e verificamos cada vez mais o impacto que têm estes grupos jihadistas que estão a atuar em muitos países praticamente impunes, sem qualquer ação por parte dos governos, ou das forças de defesa em África e também na região do Médio Oriente. Portanto há aqui várias situações em que percebemos que a situação se agravou”, assinala.
Os ataques dos jihadistas têm alastrado em África, como se tem visto em Moçambique. Outro país duramente afetado é o Burkina Faso, por isso, um sacerdote deste país estará em Portugal dar o seu testemunho.
“Durante esta semana teremos connosco o padre Jacques Sawadogo, do Burkina Faso, que infelizmente é um dos países onde os cristãos mais têm sofrido e neste período em análise (no relatório) é muito clara a alteração para pior da situação da comunidade cristã. Por isso o convidámos, para nos dar um testemunho, de viva-voz, de como é hoje a vida da comunidade cristã neste país de África”, adianta Catarina Martins Bettencourt.
Os dados do relatório vão ser divulgados publicamente na quarta-feira, no MUDE - Museu do Design, em Lisboa. Mas há outras apresentações previstas para Santarém, Aveiro e Évora, com a presença do sacerdote do Burkina Faso, país para o qual reverte a campanha de Natal deste ano da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.