24 nov, 2024 - 00:24 • Ana Catarina André, enviada da Renascença a Roma
Na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, diante do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, onde o Papa Francisco costuma rezar antes das suas viagens apostólicas, centenas de jovens portugueses e coreanos juntaram-se este sábado para um momento de oração.
A poucas horas da passagem dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), uma celebração que acontece tradicionalmente entre cada edição internacional do encontro, rapazes e raparigas de ambos os países rezam o terço em português, coreano e italiano.
A entrega à Coreia do Sul da cruz e do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que durante vários meses peregrinaram nas dioceses portugueses, é mais do que uma ocasião de partilha da fé, diz Maria Rodrigues, da Diocese de Santarém.
“O presente é marcado por muitas guerras, pela ascensão de muitos partidos que põem em causa as democracias perfeitas que nós jovens conhecíamos e que põem em causa muitos direitos adquiridos. Há uma fé que nos une, mas também o desejo de um mundo de paz, um mundo fraterno, de justiça. Acredito que esta é uma perceção para nós na Europa, mas talvez também para os jovens da Coreia e para os jovens de todo o mundo”, considera a peregrina portuguesa de 25 anos.
Entusiasmados com a organização da próxima JMJ, agendada para 2027, em Seul, os jovens coreanos viajaram mais de nove mil quilómetros para participar na celebração da passagem dos símbolos, que será presidida pelo Papa Francisco.
“A Coreia tem uma coisa que me preocupa”, diz um dos jovens. “Muitos jovens não acreditam em Deus e não vão à Igreja Católica. Acho que precisam de Deus, precisam de rezar”, acrescenta. “
Temos de rezar pelos pobres, pelos desempregados e pelos migrantes”, constata, enquanto muitos dos coreanos cantam e dançam o hino da JMJ de Lisboa.
Este momento de oração que juntou as delegações portuguesa e coreana, antes da celebração deste domingo, foi presidida pelo cardeal Kevin Farrel, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; e contou com a presença do patriarca de Lisboa, D. Rui Valério; do cardeal D. Américo Aguiar; do bispo auxiliar de Lisboa, D. Alexandre Palma; e do arcebispo de Seul, D. Peter Chung Soon-tae.