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Santa Casa da Misericórdia do Porto. Provedor quer "novas respostas para o envelhecimento"

28 nov, 2024 - 05:30 • Henrique Cunha

António Tavares foi reeleito para um novo mandato. Em declarações à Renascença, o provedor elege o envelhecimento, a saúde e as questões sociais como as grandes prioridades para os próximos quatro anos.

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O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), António Tavares, quer "novas respostas para o envelhecimento".

"No envelhecimento encontramos um problema demográfico para o país", diz António Tavares à Renascença, depois de ter sido reeleito para um novo mandato

"Na zona da área metropolitana são flagrantes as dificuldades, por exemplo, ao nível dos internamentos sociais", adverte o responsável, lembrando a necessidade de uma nova aposta na habitação para esta faixa etária.

Neste plano, António Tavares aponta a "habitação partilhada como um dos grandes desafios", a que junta "a questão do apoio domiciliário às populações idosas".

A SCMP dá novas respostas na área da saúde, nomeadamente “no conceito de atendimento clínico”, mas António Tavares quer aprofundar a parceria mantida com o Estado, nomeadamente “nas respostas pediátricas”.

O provedor da Misericórdia do Porto anuncia como umd dos objetivos para este mandato concluir “os dois pisos do Hospital da Prelada”.

“O objetivo é concluir esses pisos, é desenvolver aí novas unidades e novas respostas. Lembro-me, por exemplo, ao nível da traumatologia, em que podemos investir para que a unidade possa receber pessoas vítimas de acidentes pessoais que acabam por ficar numa posição de mobilidade reduzida”, explica.

António Tavares considera fundamental investir na “complementaridade entre a área social e a área da saúde”.

“Hoje, há maior esperança de vida, mas é preciso também trazer para as pessoas a qualidade de vida e eu estou convicto que esta nova articulação entre o setor social e a saúde pode dar uma grande resposta”, acrescenta.

Estado mau pagador

A situação financeira da SCMP foi tema de debate na campanha eleitoral, mas António Tavares assegura que a instituição tem "uma situação equilibrada", apesar de algumas dificuldades.

"Quem vive com o Estado como o seu maior cliente nem sempre recebe a tempo e horas e isso acarreta dificuldades", argumenta.

Tavares diz que a instituição ainda está a sofrer "as consequências da Troika, que foram muito nefastas, e também as da pandemia", além de "uma taxa de inflação muito elevada no domínio da energia". Contudo, assegura que "os resultados operacionais são manifestamente positivos e há condições para assim continuarem".

Nesta entrevista à Renascença depois da sua reeleição, António Tavares reflete também sobre o aparente fracasso dos programas e estratégias de combate à pobreza.

"A pobreza em Portugal tem quase um caracter endémico", aponta, acrescentando que "a pobreza infantil ainda é muita elevada".

Para o provedor da SCML, só será possível "reduzir a pobreza e as situações de dificuldade" se "melhorarmos os salários e a produtividade".

"Temos de resolver o problema dos salários, o problema do rendimento e o problema da produção”, assinala.

Em relação ao novo mandato, António Tavares fala de “quatro anos muito desafiantes, não só por causa da conjuntura internacional, mas também por causa do ambiente interno", uma vez que também se assiste a "um processo de alterações de paradigmas, de menos ideologia nestas matérias dos assuntos sociais”.

"Estou otimista sobre aquilo que a Santa Casa pode vir a fazer, nomeadamente, também, no domínio da inovação social, com novos projetos que possam dar resposta a esses novos desafios”, remata António Tavares.

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