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Dia Mundial da Paz: “Todos somos devedores e necessitados de perdão”

14 dez, 2024 - 08:40 • Henrique Cunha

O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) diz que "a síntese da mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz pode residir numa frase que é colocada em destaque, de que todos somos devedores e necessitamos de perdão". Para Portugal, Pedro Vaz Patto deseja que continuemos a "saber acolher" refugiados e migrantes.

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O Papa "pede uma mudança cultural". O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), Pedro Vaz Patto, comenta assim a mensagem de Francisco para o Dia Mundial da Paz.

Pedro Vaz Patto lembra que na tradição "o jubileu está associado à ideia de perdão de dívidas", pelo que não surpreende a defesa do perdão de dívidas aos países mais pobres.

Contudo, destaca também "a ideia de que os mais ricos também são devedores dos mais desfavorecidos ao nível ecológico", porque são "os principais responsáveis pelo estado a que chegou o mundo do ponto de vista das alterações climáticas".

O presidente da CNJP diz que o Papa associa a “divida financeira à divida ecológica” e lembra que “as alterações climáticas afetam de uma forma mais acentuada os países mais pobres”, pelo que “ao cancelar a divida dos países mais pobres; os países ricos estão a pagar uma dívida ecológica que têm para com eles”.

Depois, Pedro Vaz Patto destaca o pedido do Papa para a abolição da pena de morte e lembra que se “deve promover a cultura da vida em todas as suas dimensões”. O responsável recorda que em Portugal "temos estes dois fenómenos da eutanásia e do aborto que são contrários à cultura da vida que o Papa quer promover".

O presidente da CNJP afirma, por outro lado, que a proposta do Papa para a criação de um fundo mundial contra a fome "vai contra a corrente, porque toda a tendência é de aumento da despesa para fins bélicos".

“A proposta do Papa é de que haja uma inversão completa do caminho do investimento em armamento para a criação de um fundo de combate à fome”. Vaz Patto defende que “aquilo que pode dar esperança às populações é a inversão da lógica de guerra” e diz que “não nos podemos resignar e habituar a este suceder de guerras”.

“Saibamos acolher os refugiados e migrantes”

Nestas declarações à Renascença, o presidente da CNJP sublinha que “em Portugal estamos longe desses cenários” de guerra, mas assinala que “não podemos ser indiferentes a elas, até porque temos presente o fenómeno dos refugiados”, vitimas desses conflitos.

“Nós temos que estar dispostos a acolher e o desejo para Portugal é que, apesar do grande movimento a que temos assistido, isso não seja motivo para rejeitar os refugiados e emigrantes”, defende.

Vaz Patto sustenta que “aquilo que nos deve orgulhar como portugueses é que saibamos acolher estas pessoas e não as rejeitar, porque a sua vinda pode significar para elas uma oportunidade para crescerem como aconteceu com os portugueses ao longo da história quando tiveram de emigrar”.

“E este desafio que nos é colocado também tem a ver com a paz, porque a paz não é só ausência de guerra; a paz é tudo aquilo que tem a ver com a harmonia social, com a justiça. Uma paz verdadeira assenta na justiça e assenta no respeito pela dignidade das pessoas”, sublinha.

“E é esse um propósito que podemos formular para o novo ano”, conclui.

A criação de um fundo mundial contra a fome, o fim da pena de morte e o perdão de dívidas aos países mais pobres, são alguns dos temas centrais da Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz.

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