15 dez, 2024 - 08:40 • Jaime Dantas
As confrarias e irmandades são uma "expressão da sinodalidade da igreja que importa conservar", defende D. Manuel Clemente.
À margem da apresentação do livro "As Confrarias e Irmandades no direito particular português", da autoria do Padre Vítor Ramos, que aconteceu esta quarta-feira na Igreja dos Clérigos, no Porto, o Patriarca Emérito de Lisboa diz à Renascença que estas associações de fieis "são manifestações do povo de Deus que se reúnem para levar por diante finalidades que são úteis para todos" e que mostram a " vitalidade do povo de Deus".
"Esta é uma realidade que começa logo no princípio quando os cristãos começam a reunir nos primeiros séculos e depois em Roma", lembra.
O pároco sublinha a importância destes grupos para o bem estar dos mais fragilizados, ao recordar que "muitas delas nasceram para a prática das obras da caridade".
"Começavam pelos seus próprios membros, porque alguns eram pobres ou caíam na pobreza, mas depois foram alargando a outros, dando forma às misericórdias", conta.
Uma ajuda que não se fica apenas pelo plano material. D. Manuel Clemente explica que, também no aspeto doutrinal, estes grupos são de extrema importância porque "podem dar sentido à vida das pessoas através do evangelho, o que também é uma grande obra de caridade".
"Às vezes as pessoas até têm as necessidades materiais mais ou menos satisfeitas, mas são infelizes. É preciso animá-las com tudo aquilo que vem do evangelho", afirma.
Nesta quadra natalícia, "há muitas coisas bonitas nesse sentido", aponta o patriarca emérito, referindo-se às festas de Natal, que permitem que "aqueles que não podem festejar porque não têm dinheiro" não fiquem de fora do espírito que o "Natal de Jesus traz ao mundo".