Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Viagem Apostólica

Papa na Córsega. Piedade popular pode alimentar “cidadania construtiva”

15 dez, 2024 - 10:34 • Aura Miguel

A piedade popular ajuda à sã laicidade e alimenta a cidadania construtiva, defende Francisco, de visita àquela ilha no Mediterrâneo.

A+ / A-

O Papa disse esta manhã que a piedade popular pode alimentar uma “cidadania construtiva” dos cristãos.

No encerramento do congresso sobre religiosidade popular no Mediterrâneo, que decorreu na capital da Córsega, Francisco afirmou que “no terreno comum da audácia de fazer o bem, os crentes podem redescobrir-se num caminho partilhado também com as instituições laicas, civis e políticas, para trabalharem em conjunto ao serviço de todas as pessoas, a começar pelos mais pequenos”.

O Papa citou Bento XVI, para explicar que “uma sã laicidade, significa libertar a religião do peso da política e enriquecer a política com o contributo da religião, mantendo entre ambas a distância necessária, a distinção clara e a colaboração indispensável.” Deste modo, a sã laicidade “garante à política agir sem instrumentalizar a religião e à religião viver livremente sem se tornar pesada à política impondo-lhe interesses pouco conformes ou mesmo contrários à crença religiosa”.

Francisco valorizou o enraizamento da piedade popular, na Córsega, uma realidade que faz emergir os valores da fé e, ao mesmo tempo, exprime o rosto, a história e a cultura dos povos. “É neste cruzamento, sem confusão, que se concretiza o diálogo constante entre o mundo religioso e o mundo laico, entre a Igreja e as instituições civis e políticas. Sobre esta questão, há muito tempo que fazeis caminho e sois um exemplo virtuoso na Europa. Continuai em frente!”, disse aos participantes no Congresso.

O valor das civilizações do “Mar nostrum”

Sobre a importância do Mediterrâneo, o Papa sublinhou como estas terras entraram na história e “foram o berço de muitas civilizações que alcançaram um desenvolvimento notável”. Francisco destacou, sobretudo, as civilizações greco-romana e judaico-cristã, “que atestam a relevância cultural, religiosa e histórica deste grande ‘lago’ no meio de três continentes, deste mar que é único no mundo”.

O Santo Padre destacou o valor incontrolável das civilizações do Mare nostrum no desenvolvimento de uma cultura elevada, abertura de vias de comunicação, construção de infraestruturas e aquedutos “e, mais ainda, de sistemas jurídicos e instituições de grande complexidade, cujos princípios básicos continuam ainda hoje válidos e atuais”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+